O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse, nesta segunda-feira (23/11), que a causa da alta no preço dos alimentos é o isolamento social adotado durante a pandemia do coronavírus.
“A situação não está fácil. Eu sei que muita coisa tem para fazer. O pessoal aí tem reclamado do preço dos alimentos. Tem subido sim, além do normal. A gente lamenta. Também é uma consequência do ‘Fica em casa’. Quase quebraram a economia”, disse o presidente ao parar para conversar com apoiadores na porta do Palácio da Alvorada.
A disparada no preço dos alimentos fez a inflação percebida pelos brasileiros mais pobres mais do que triplicar em relação à dos mais ricos em 2020. De janeiro a outubro, a inflação das famílias de renda muito baixa foi de 3,68%. Enquanto isso, a da alta renda ficou em apenas 1,07%. Entre os itens que mais subiram estão o arroz, o feijão, a carne, o óleo de soja, ovos e leite.
Bolsonaro ainda disse que não pode ser culpado pela inflação dos alimentos e criticou a lei que prevê aumento da alíquota do Imposto sobre circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em São Paulo. O aumento do ICMS em São Paulo, porém, passa a valer somente a partir do início do próximo ano.
“São Paulo aumentou ICMS de quase tudo, inclusive produtos da cesta básica. Tem muita coisa errada, sabemos disso, mas a responsabilidade tem que ser apontada para quem de direito. Todo mundo aponta para mim essa questão dos preços dos alimentos. Estamos fazendo o possível para voltar a normalidade”, explicou.
De acordo com estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), os preços dos alimentos subiram tanto por um choque de oferta, uma vez que o dólar valorizado e a demanda externa impulsionaram o aumento das exportações brasileiras, quanto por um aumento na demanda doméstica por alimentos básicos, sustentada pelo pagamento do auxílio emergencial em meio à pandemia do novo coronavírus.
Mín. ° Máx. °