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Chacina com 17 mortos no Crespo foi orquestrada pela polícia, diz MPAM

Contrariando a primeira versão apresentada pelas autoridades policiais, de que as mortes foram resultados de um confronto entre traficantes e PMs, o MP-AM teve uma conclusão diferente

30/09/2020 às 11h25
Por: Fernanda Souza Fonte: Em Tempo
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Reprodução
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Após quase um ano, um procedimento administrativo do Ministério Público do Amazonas (MP-AM), afirmou ter indícios de que as 17 pessoas mortas em uma operação contra o tráfico de drogas, na Zona Sul de Manaus, teriam sido assassinadas pela Polícia Militar do estado. A chacina ocorreu na madrugada do dia 30 de outubro de 2019, no bairro Crespo e foi  alvo de investigação pela Promotoria Especializada no Controle Externo da Atividade Policial (Proceap).

Contrariando a primeira versão apresentada pelas autoridades policiais, de que as mortes foram resultados de um confronto entre traficantes e PMs, o MP-AM teve uma conclusão diferente. O relatório aponta que houve uma intervenção policial com “fortes indícios” de homicídio doloso, ou seja, com intenção de matar. O documento é assinado pelo promotor de Justiça da 61ª Proceap, João Gaspar. 

O MPAM confronta os depoimentos dos militares com laudos de necropsia das vítimas. “Chama a atenção que o resultado aponta incomum precisão dos disparos que vitimaram os 17 indivíduos, mortos com 32 disparos. Desses, 71,88% foram no tórax, 18,75% no abdômen e o restante em outras áreas do corpo", aponta o documento. 

Segundo as análises, nove pessoas morreram com dois disparos, quatro com apenas um tiro e outras quatro com três disparos. Uma delas foi alvejada quatro vezes pelos policiais.

Outro ponto que chamou a atenção dos promotores foi a ausência de ficha criminal de boa parte dos mortos. 

Ainda conforme o MP-AM, o Procedimento Administrativo foi concluído em maio deste ano, e teve seu extrato publicado no Diário Oficial do órgão do dia 19 de agosto. Em seguida, o despacho foi enviado para a 16ª Promotoria de Justiça do Tribunal do Júri, que deve abrir uma ação criminal contra os acusados.

Neste momento, conforme o MP, o processo encontra-se aberto ainda para juntada de documentos. A promotoria da 16ª requereu ao Comando da Polícia Militar a remessa do Inquérito Policial Militar (IPM) para que seja juntado aos autos.

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