Os contágios do novo coronavírus aumentam em ritmo vertiginoso na Índia e o segundo país mais populoso do mundo superou nesta quarta-feira a marca de cinco milhões de casos, no momento em que a OMS traça uma panorama pouco optimista sobre a evolução da pandemia e alerta para a situação difícil na Europa.
"Isto é pior que qualquer ficção científica sobre pandemias", afirmou na terça-feira no Parlamento britânico o doutor David Nabarro, um dos seis enviados especiais da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a covid-19.
"É realmente sério, não estamos nem na metade do caminho, estamos no início", completou, de acordo com agência britânica Press Association.
Na Índia, o avanço dos contágios é vertiginoso: um milhão de novos casos em apenas 11 dias, mas os números reais podem ser muito maiores. O país, com população de 1,3 bilhão de pessoas, é o segundo do mundo com o maior número de casos, atrás apenas dos Estados Unidos, que registram mais de 6,5 milhões de contágios.
O número total de mortes por coronavírus no país asiático superou nesta quarta-feira 82.000, menos da metade dos 195.000 óbitos registrados nos Estados Unidos, mas há vítimas fatais da covid-19 que nunca serão incluídas nas estatísticas indianas, alertam os analistas.
O novo coronavírus já matou quase 930.000 pessoas no planeta, de acordo com um balanço da AFP com base em números oficiais dos países. América Latina e Caribe, a região mais afetada, registram 312.071 mortes e mais de 8,3 milhões de contágios.
A pandemia provoca cenas inéditas, como o atípico e solitário grito de independência do México protagonizado na terça-feira pelo presidente Andrés Manuel López Obrador. O ato central da festa pátria, que normalmente concentra milhares de pessoas na praça pública mais importante do país, Zócalo da Cidade do México, aconteceu sem a presença da população e com um minuto de silêncio em memória das vítimas do coronavírus.
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