O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta quinta-feira (10/9) que autorizou a notificação a supermercados, feita pelo Ministério da Justiça, que pedia explicações sobre o aumento do preço dos alimentos da cesta básica em um prazo de cinco dias.
Mais cedo, nesta quinta, o Ministério da Economia informou que a Secretaria de Advocacia da Concorrência e Competitividade enviou ofício à pasta chefiada pelo ministro André Mendonça pedindo informações referentes ao “monitoramento de preços de produtos básicos”.
“André Mendonça falou comigo e perguntou: ‘Posso botar a Secretaria Nacional do Consumidor [Senacon] para investigar? Perguntar para os supermercados por que o preço subiu?’. Falei: ‘Pode e ponto final’. Ao chegar a resposta, pode ser que o errado somos nós e o governo toma uma providência e ponto final”, disse Bolsonaro durante uma transmissão ao vivo nas redes sociais.
De acordo com pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação oficial do país em agosto teve uma alta de 0,24%, puxada pelo preço dos alimentos.
O Índice de Preços para o Consumidor Amplo (IPCA) subiu 2,44% em 12 meses, enquanto a inflação dos alimentos subiu 8,83% no período.
A maioria dos alimentos está com preços recordes no campo, mas o arroz e o óleo de soja ganharam destaque, uma vez que tiveram uma valorização de 19,2% ao ano e 18,6% ao ano, respectivamente.
Na transmissão, o presidente voltou a dizer que o governo não vai tabelar o preço do arroz.
“Ninguém quer tabelar nada, interferir em nada, isso não existe. A gente sabe que, uma vez interferindo, tabelando, isso desaparece da prateleira e depois a mercadoria aparece no câmbio negro muito mais cara”, disse.
Na quarta (9/9), a Câmara de Comércio Exterior do Ministério da Economia decidiu reduzir a zero, até 31 de dezembro, o imposto de importação para uma cota de 400 mil toneladas de arroz a serem adquiridas nos Estados Unidos, a fim de estabilizar os preços no mercado interno.
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