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“Incidente com Naja revela esquema de tráfico de animais”, diz delegado

Segundo Willian Ricardo, da Polícia Civil do DF, a corporação agora tenta descobrir como a organização atuava e se agia fora do Brasil.

10/07/2020 às 15h48
Por: Jéssyca Seixas Fonte: Metrópoles
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Divulgação
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A Polícia Civil do Distrito Federal, em coletiva de imprensa na tarde desta sexta-feira (10/7), afirmou que o caso envolvendo o estudante de medicina veterinária picado por uma Naja kaouthi revela um esquema de tráfico de animais silvestres no DF.

Segundo o delegado Willian Ricardo, responsável pelas investigações na 14ª Delegacia de Polícia (Gama), os próximos passos dos agentes serão identificar a rede de comercialização dos animais e saber, de fato, o que ocorreu no dia em que o universitário foi atacado pela cobra.

Durante a manhã, quatro estudantes de medicina veterinária, amigos de Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkul, acusado de criar a serpente asiática de maneira irregular, foram ouvidos pela PCDF.

Gabriel, o rapaz apontado como responsável por esconder o animal enquanto Pedro era atendido no Hospital Maria Auxiliadora, no Gama, é um deles. O jovem já foi autuado em R$ 2 mil pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Segundo o delegado, Gabriel não tem colaborado com as investigações e não assumiu ter participado do caso.

Ao Metrópoles, na saída da 14ª Delegacia de Polícia (Gama), Gabriel disse que prefere não se manifestar sobre o assunto. Tanto ele quanto Pedro já receberam a multa aplicada pelo Ibama, por não terem permissão para manter o animal em ambiente doméstico – a legislação permite apenas espécies não venenosas para esse fim.

“Inicialmente, tínhamos notícias de uma cobra, mas suspeitamos que haveria mais animais e isso se confirmou, quando localizamos mais 16 serpentes no dia seguinte ao incidente“, diz o investigador.

De acordo com Willian Ricardo, pesa sobre o grupo, ainda, a hipótese de que os animais eram usados para pesquisas. “Eles comercializavam esses animais. Não disseram como conseguiam as serpentes. Há suspeitas de que, possivelmente, eles iam comercializar as cobras apreendidas no Haras”, explica.

Segundo o delegado, não há dúvidas de que o acidente com Pedro revelou um esquema maior de tráfico de animais silvestres na capital do país. “As investigações vão avançar para dizer se esse tráfico era nacional ou internacional”, assinalou o investigador.

Quadro grave

O estudante de medicina veterinária acordou do coma induzido após retirada do suporte ventilatório, nessa quinta-feira (9/7). Ele apresentou melhora significativa e deve receber alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Maria Auxiliadora, no Gama, neste sábado (11/7). A previsão é de que Pedro siga em observação em um dos apartamentos da unidade de saúde.

A reportagem apurou que o universitário está bem, conversou e agradeceu a equipe médica pelo socorro imediato. Embora o quadro clínico tenha evoluído, os especialistas que cuidam do caso avaliam que o estado geral de saúde do rapaz só será conhecido 48 horas após ele ter acordado.

Para a equipe médica, o jovem tem respondido ao tratamento melhor do que o esperado e, muito provavelmente, Pedro Lehmkul não precisará recorrer ao soro antiofídico específico.

Oficialmente, o Hospital Maria Auxiliadora não divulga boletim médico do paciente, a pedido da família. Entretanto, informa que ele “está reagindo aos tratamentos”. A unidade ressalta que nenhum médico está autorizado a repassar informações.

Pedro mora na QE 40 do Guará 2 e criava a Naja como animal de estimação, apesar de a serpente não ser natural de nenhum habitat brasileiro. O jovem, que é estudante de medicina veterinária, foi picado na última terça-feira (7/7). As circunstâncias do acidente com a cobra ainda são desconhecidas.

A família de Pedro importou dos Estados Unidos doses de soro antiofídico. A busca pelo soro — tão raro no Brasil quanto a presença desse tipo de serpente — mobilizou especialistas. As únicas doses disponíveis no país estavam no Instituto Butantan, em São Paulo. Os médicos enviaram ao Distrito Federal todo o estoque disponível.

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