O Facebook tirou do ar 88 contas, páginas e grupos ligados a funcionários dos gabinetes do presidente Jair Bolsonaro, de seus filhos e aliados.
Segundo a empresa, uma investigação demonstrou que a rede atuava para enganar o público desde as eleições de 2018. Também foram removidas 38 contas no Instagram. Juntas, elas mobilizavam audiência de mais de 2 milhões de pessoas.
O esquema usava contas duplicadas e falsas para driblar fiscalização da plataforma. Elas publicavam conteúdos sobre política, eleições, críticas a organizações e jornalistas e informações sobre a pandemia do coronavírus.
Um assessor direto de Bolsonaro foi identificado: Tércio Arnaud Thomaz.
A investigação constatou que uma página anônima que pertence a ele divulgava conteúdo enganoso, “empregando uma mistura de meias-verdades para chegar a conclusões falsas”.
Tomaz
Tomaz foi o único responsável pelas páginas identificado na investigação que trabalha diretamente com o presidente. Ele também administrou as redes sociais de Jair Bolsonaro na eleição de 2018. Antes, trabalhou no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro no Rio de Janeiro no cargo de auxiliar de gabinete. Sua página no Facebook foi excluída.
O assessor trabalha no Palácio do Planalto, em uma sala próxima do presidente, tem salário de quase R$ 14 mil por mês e apartamento funcional. Ele faria parte do "gabinete do ódio", junto com José Matheus Salles Gomes e Mateus Matos Diniz.
O DFRLab aponta que Tomaz era o responsável por "Bolsonaro Opressor 2.0", uma página já removida que publicava conteúdos a favor do presidente, fazia ataques a adversários políticos, como o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, e até ex-ministros do governo, como Luiz Henrique Mandetta e Sergio Moro, e divulgava notícias falsas. A página tinha mais de 1 milhão de seguidores no Facebook.
Contas do PT
Em paralelo: o WhatsApp suspendeu dez contas do PT por operarem de forma automatizada, o que viola os termos de serviço do aplicativo. Os perfis são administrados por uma empresa.
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