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Marcela, do ‘BBB20’, conta como abusos afetavam vida sexual: ‘Sensação de vazio’

Sem entrar em detalhes para não causar gatilhos nas espectadoras e por ''não se sentir tão confortável'', a médica, de 31 anos, revelou ter sido vítima de abusos sexuais duas vezes.

24/06/2020 às 13h52
Por: Jéssyca Seixas Fonte: Extra
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Reprodução
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Marcela Mc Gowan falou sobre abuso sexual e relacionamentos abusivos em uma live realizada nesta terça-feira, no Instagram. Visivelmente tensa por abordar um tema que esbarra em memórias traumáticas, a ex-participante do ''Big Brother Brasil 20'' destacou a importância de discutir sobre esas situações delicadas para ajudar outras mulheres.

''O assunto me deu vários gatilhos, e é gatilho pra muitas de nós. Falar de relacionamento abusivo é menos gatilho para mim do que abuso sexual, mas fiquei digerindo sobre o assunto o dia todo. É muito dolorido para mim trazer meu pessoal, mas estou fazendo isso porque é importante outras mulheres entenderem que não estão sozinhas.''

Sem entrar em detalhes para não causar gatilhos nas espectadoras e por ''não se sentir tão confortável'', a médica, de 31 anos, revelou ter sido vítima de abusos sexuais duas vezes:

''Eu tive alguns episódios disso na minha vida, um na infancia e outro já adulta. Nunca foi com nenhum parceiro sério, alguém que me relacionei... Na (situação) de infância foi óbvio que para mim que era errado. Já (no abuso) adulta demorei muito tempo para entender que era errado. Eu fiquei muito dúvida, pensando ''até que ponto eu consenti?'' ou ''e se eu não tivesse ido até tal lugar?''. Eu demorei muito para registrar que foi um abuso."

Como consequência, as experiências levaram a médica a agir de uma maneira nociva nas ocasiões que tinha relações sexuais consensuais:.

''Para me proteger de memóris ruins, eu me desconectava durante o sexo, criava uma personagem. É muito difícil falar... Eu sei como isso é gatilho. Era um sexo que perfomático, sem entrega. Eu não colocava minha energia ou estava presente, porque estar presente para mim durante o sexo era extremamente doloroso e eu não percebia. Se eu estivesse prestando atenção, era dor o que eu estava sentindo. Não dor física, mas dor de somatizar memórias não tratadas'', contou Marcela, que continuou: ''Eu achava que era um furacão do sexo, encenava as técnicasque tinha aprendido... Só que eu não estava presente, não estava responsável pelo meu prazer. Mas performar, a longo prazo, não funcionava para mim. E eu tinha a sensação que eu tinha quando terminava o sexo era de vazio, não de plenitude.''

Além de ''assumir uma personagem durante o sexo'', os traumas fizeram Marcela desenvolver um medo ao qual ela deu atenção na somente após entrar na vida adulta.

''Relacionamentos podem deixar marcas e se arrastar... Já adulta eu descobri que tinha medo de olhar nos olhos de homem. Eu tinha muito medo. Mesmo estando numa fase mais empoderada, eu tinha essa vulnerabilidade ao olhar para o olho de um homem. É uma coisa que eu trabalhei e ainda tenho que trabalhar'', contou a loura.

Apesar das situações difíceis, a ex-BBB afirmou que está curada dos traumas e incentivou mulheres que viveram o mesmo a buscar ajuda psicológica.

''Nunca achei que teria que falar de tantas dores minhas e dos outros quando escolhi ser sexóloga, então foi o que mais me surpreendeu. Eu ainda tenho vulnerabilidade perante homens, quando alguém tem alguma característica... Mas, no geral, eu me sarei e vivo minha sexualidade de maneira muito presente, e não mais 'fora' daquele jeito. Por isso, como eu me transformei, achei que outras mulheres também tinham que ser transformadas'', afirmou a médica, comentando ainda como foi sua primeira experiência sexual sem o peso dos abusos: ''No dia que eu vivi um sexo do qual saí plena, pensei 'é direito das mulheres viverem isso!'. Isso é muito precioso, e a gente fica muito mais forte.''

Ela salientou, entretanto, que o processo de recuperação pode ser longo e díficil para algumas pessoas:

''A primeira coisa é lidar com esses traumas psicologamente, e depois ensinar seu corpo a interpretar a sexualidade como algo positivo para você.não e outra. Não é tão simples tratar, tem que olhar para muita coisa. A gente precisa entender os papéis de gênero, não se culpar, olhar para a autoestima e para o valor do mundo. Aprender a lidar com isso.''

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