A apresentadora do "Encontro", Fátima Bernardes elogiou a cobertura da imprensa durante a pandemia e disse que acredita que o governo federal tem dificuldades de lidar com o contraditório. Em entrevista à revista Veja publicada nesta sexta-feira, a jornalista também falou sobre sua rotina durante a pandemia e mostrou indignação sobre a atual política.
"Não faltam demonstrações de que o governo tem dificuldade de lidar com o contraditório. Em uma campanha tão importante, a de conscientização para as pessoas ficarem em casa, a imprensa foi fundamental, mas não houve uma parceria do governo, que teria sido muito útil para o país", afirmou.
Fátima revelou que não imaginou que causaria polêmica ao cobrar uma postura mais solidária do presidente Jair Bolsonaro em relação às vítimas do coronavírus. "Nem pensei nisso. Fiquei indignada com a falta de compaixão daquele 'Me chamo Messias, mas não faço milagre'. E cobrei", falou.
Ela também falou sobre a maior abertura que tem na televisão, que possibilita comentários sobre os assuntos em destaque nas redes sociais. "Acho que é por causa do espaço que tenho agora. No telejornal, onde as notícias são cronometradas, é mais difícil. Hoje faço um programa meu e, quando vejo no nosso painel os assuntos em destaque nas os assuntos em destaque nas redes sociais, me manifesto. Não é uma postura partidária. Só digo o que sinto e me ponho no lugar do telespectador", revelou.
A jornalista também disse que teme a volta de uma possível censura. "Temo e acho que todo mundo deve temer, agora e sempre. Não dá para relaxar", revelou.
Fátima contou que não sente saudades de apresentar o Jornal Nacional e sente orgulho do que tem sido feito no telejornal.
"Não. Tenho um papel importante no Encontro quando falo de feminicídio, converso com pessoas que perderam familiares na pandemia e ajudo a entender que isso vai passar. A decisão de sair foi amadurecida. Sinto orgulho do que está sendo feito no Jornal Nacional", disse.
Quando questionada sobre o período de isolamento social, Fátima revelou que não chegou a ter crises de ansiedades, pois trata a doença há anos.
"Não cheguei a ter crises, mas trato a ansiedade há anos. A primeira vez que passei mal foi em um avião, voltando dos Estados Unidos, quando meus filhos tinham 2 anos.O público não percebeu, mas em 2007 tive uma crise em pleno Jornal Nacional. Comecei a sentir palpitações, meu rosto ficou vermelho, suava muito e fui deitando na bancada. Nem consegui dar boa-noite. Por sorte, era o último bloco. Foi uma época complicada, já queria ter meu programa e não sabia se aprovariam, e meu corpo começou a dar sinais de esgotamento", revelou ela.
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