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Delegado que investiga homicídio de João Pedro estava na operação que causou morte

pós o depoimento, prestado no início desta semana, Sahione pediu demissão da chefia da Core.

18/06/2020 às 10h12
Por: Jéssyca Seixas Fonte: Extra
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Reprodução
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O delegado responsável pela investigação do homicídio do adolescente João Pedro Matos Pinto, de 14 anos, estava na operação das polícias Civil e Federal no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, que culminou na morte. Allan Duarte, que é titular da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI), integrou o grupo de policiais que entrou na favela, no dia 18 de maio, dentro de um veículo blindado da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core). Três agentes da Core fizeram disparos na casa onde o menino foi morto e são investigados pelo crime.

A participação de Duarte na ação foi revelada pelo também delegado Sérgio Sahione, que era o titular da Core na época da operação, em depoimento ao Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (Gaesp) do Ministério Público do Rio. Após o depoimento, prestado no início desta semana, Sahione pediu demissão da chefia da Core. O delegado Fabrício Oliveira assumirá o cargo.

Segundo o depoimento de Sahione, Allan Duarte aproveitou a operação no Complexo do Salgueiro para fazer um “reconhecimento do terreno”. O ex-titular da Core esclareceu que Duarte não participou do planejamento da ação nem estava na casa onde o adolescente foi baleado no momento do crime. De acordo com Sahione, o titular da DH chegou à cena do crime no blindado da Core após João Pedro ser baleado.

Quando chegou à casa, ainda segundo o relato, Duarte solicitou que um helicóptero da Core o levasse junto com os policiais investigados para a sede da DHNSGI para que depoimentos fossem tomados. Sahione não afirmou se Duarte chegou a entrar na casa e examinou o local.

Ao todo, dois blindados e um helicóptero da Core foram utilizados na operação em apoio à Polícia Federal naquele dia. Mesmo tendo feito parte do efetivo que entrou na favela, Duarte foi o responsável pela confecção do registro de ocorrência do crime e tomou depoimentos de testemunhas e dos agentes investigados.

Agentes investigados não foram ao MP

Os três policiais investigados pelo homicídio estavam num helicóptero da Core sobrevoando a favela em apoio a policiais federais que progrediam no solo. Os agentes alegam ter visto homens em fuga, e a aeronave pousou. Os policiais saltaram e os perseguiram até a casa onde estavam João Pedro e seus amigos. Os agentes alegam que os traficantes entraram na casa e dispararam contra a equipe da Core. Os jovens que estavam no local afirmam não tem visto criminosos.

Além de Sahione, os três policiais investigados pelo crime — inspetores Mauro José Gonçalves, Maxwell Gomes Pereira e Fernando de Brito Meister — também eram aguardados nesta quarta-feira no MP para prestarem novos depoimentos sobre o crime. Entretanto, nenhum deles compareceu.

A Defensoria Pública, que representa a família do adolescente, defende que, como policiais civis são investigados, o inquérito deveria ser conduzido por um órgão independente. Por isso, os amigos de João Pedro prestaram depoimentos ao MP.

Em nota, a Polícia Civil alegou que Duarte “utilizou a estrutura do blindado da Core para realizar mapeamento de locais de alta incidência de homicídios” no Salgueiro no dia da operação. A corporação afirma que, no momento do crime, o delegado estava “em outra localidade” da comunidade.

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