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Mulher de 27 anos perde mãe, avó e irmão em dez dias: 'Essa doença é horrível'

O auxiliar de produção Jaiel Giezi Reversi, de 29 anos, foi o primeiro da família a morrer, no dia 23 de maio, cinco dias após a internação e dois depois de ser entubado. Ele tinha diabete e hipertensão

03/06/2020 às 10h24
Por: Fernanda Souza Fonte: O Dia
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Reprodução
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"Hoje, por volta de 1h30 da manhã, senti uma pontada muito forte no peito, ajoelhei ao pé da cama e falei: 'Vou orar pela minha mãe'. E disse: 'Senhor, por favor, salve a minha mãe, pois eu a amo e não quero perdê-la'." É assim que Marina Angélica Reversi, de 27 anos, moradora de Guapiaçu, no interior de São Paulo, inicia o relato do seu drama. Em dez dias, ela perdeu um irmão, a mãe e a avó - todos vítimas da covid-19.

O irmão, o auxiliar de produção Jaiel Giezi Reversi, de 29 anos, foi o primeiro a morrer, no dia 23 de maio, cinco dias após a internação e dois depois de ser entubado. Ele tinha diabete e hipertensão. Quando Jaiel morreu, a avó de Marina, a catadora de recicláveis Diva Marques Moreira dos Santos, de 80 anos, já estava internada após sofrer um enfarte. No hospital, foi diagnosticada com a covid-19 e morreu no dia 30. Internada, a filha dela e mãe de Marina, Marlene Moreira dos Santos, de 51 anos, não pode sequer acompanhar o enterro. Marlene morreu nesta segunda-feira.

Com "algo engasgado na garganta", Marina conta que chorou muito e se resignou. "Se o Senhor levar a minha mãe, eu ainda vou continuar te amando", disse, e se deitou. Mesmo tomando remédio, não conseguiu dormir. Às 2h15 recebeu ligação do Hospital de Base de Rio Preto informando que sua mãe teve uma parada cardíaca e não resistiu. "Naquele momento lembrei que tinha orado minutos atrás e ela ainda lutava pela vida, mas quando a entreguei, ela descansou", disse.

"Minha mãe era uma pessoa forte, guerreira, que cuidou da gente com muito amor. Foi a pessoa mais incrível que conheci na vida, assim como era minha avó. Eram mulheres incríveis." Marina conta que ela e a filha, que gostava de dormir com a avó, também pegaram o coronavírus. "Essa doença é horrível, não perdoa ninguém."

Marina é vendedora, mas está desempregada. Ela teve ajuda da prefeitura para cobrir os custos dos sepultamentos. Guapiaçu, cidade de 21.115 habitantes, registrou 36 casos e 4 mortes pelo coronavírus - incluindo os três parentes de Marina. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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