O Estado do Amazonas perdeu, nos quatro primeiros meses deste ano, mais de nove mil posto de emprego, segundo dados do Novo Cadastro Geral de Empregos (Caged) divulgados ontem. Em todo o país, no mesmo período, houve 4.999.981 admissões e 5.763.213 demissões no país, um saldo negativo de 763,3 mil trabalhadores.
De janeiro a abril, o Amazonas registrou 45.869 contratações e 54.879 dispensas. Em março, o governo editou medidas de restrição de atividades comerciais para conter o avanço da pandemia do novo coronavírus. A região Norte apresentou saldo negativo de 20.771 postos de trabalho no primeiro quadrimestre. O Amazonas ocupa o primeiro lugar no ranking de desemprego. Seguido do Pará 6.935 desempregados. E Rondônia com menos 4.070.
Em abril do ano passado, o Caged teve saldo de +129.601 postos de trabalho com carteira assinada, em todo o Brasil, resultado de 1.374.628 admissões e 1.245.071 demissões. No mesmo mês de 2020, as contratações ficaram em 598.596 e número de desligamentos chegou a 1.459.099, gerando um resultado de -860.503 empregos.
Ou seja, enquanto as demissões tiveram um incremento de 17,2%, as admissões caíram 56,5% na comparação abril de 2019 com o mesmo mês deste ano. Em valores nominais, São Paulo teve o pior desempenho, com -260.902. O estado é seguido por Minas Gerais (-88.298), Rio de Janeiro (-83.626) e Rio Grande do Sul (-74.686).
No primeiro quadrimestre de 2019, o Caged registrou 5.529.457 admissões e 5.215.622 demissões, com um saldo positivo de 313.835. Ou seja, as admissões caíram 9,6% e as demissões subiram 10,5% no intervalo de um ano.
Na comparação mês a mês, o salário médio real de admissão no Brasil cresceu. Passou de R$ 1.496,92 em abril de 2019 para R$ 1.814,62 no mês passado.
Intermitente
A modalidade de trabalho intermitente teve, no período de janeiro a abril, 49.228 admissões e 35.105 desligamentos em 2020, o que resultou em saldo de +14.123. Já o regime de trabalho parcial registrou 71.044 contratações e 63.334 desligamentos, com resultado de +7.710 vagas de trabalho com carteira assinada.
Somente no mês de abril, o intermitente chegou ao saldo de -2.375: foram 7.291 admissões e 9.666 demissões. No mesmo período, houve 4.881 contratações e 14.029 desligamentos na modalidade de trabalho parcial, com saldo de -9.148.
Setores
De acordo com o Caged, grande parte dos empregos formais que foram fechados no Brasil neste ano são dos setores de comércio e serviços. Só o comércio fechou 342,7 mil postos de trabalho de carteira assinada e os serviços mais 280,7 mil. Ainda foram perdidos 127,8 mil empregos formais na indústria e 21,8 mil na construção civil. O setor agropecuário foi, portanto, o único a ter um saldo positivo na geração de empregos formais no primeiro quadrimestre de 2020, com a criação de 10 mil empregos formais.
Programa soma 8,1 milhões de acordos
Mais de 8,1 milhões de trabalhadores já tiveram o contrato de trabalho suspenso ou o salário reduzido durante a pandemia do novo coronavírus no Brasil. O ritmo de realização desses acordos, contudo, perdeu força nas últimas semanas. Para o governo, a retração se deve à expectativa dos empresários em relação à votação do Congresso que pode alterar os termos da Medida Provisória (MP) 936.
Balanço divulgado pela Secretaria Especial de Trabalho e Previdência do Ministério da Economia, mostra que a MP 936 já recebeu 8,154 milhões de acordos trabalhistas de 1,2 milhão de empresas diferentes desde 1º de abril, quando a medida provisória foi publicada. E a maior parte desses acordos foi de suspensão temporária do contrato de trabalho.
Questionado sobre o assunto, o secretário especial de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco, garantiu que essa quebra de ritmo não significa que a MP 936 chegou ao seu limite. Ao contrário, para ele, muitos empregos ainda podem ser atingidos pela medida. O que acontece, na opinião de Bianco, é que os empresários estão segurando um pouco a realização de novos acordos já que a MP está prestes a ser votada pelo Congresso e os parlamentares têm tentado fazer ajustes na medida.
Suspensão por até dois meses lidera
Dos 8,1 milhões de acordos já realizados no âmbito da MP 936, 4,4 milhões se referem a trabalhadores que tiveram o contrato de trabalho suspenso por até dois meses e vão receber o seguro-desemprego nesse período. Outros 3,547 milhões de empregados tiveram a jornada de trabalho e o salário reduzido, sendo que 1,4 milhão teve uma redução de 50% do salário, 1,125 milhão de 25% e 991 mil de 70%. Nesse caso, os trabalhadores vão receber uma compensação equivalente ao corte do salário do seguro-desemprego.
Ainda de acordo com o governo, a maior parte desses acordos foi registrado nos setores, nas empresas e nos estados mais atingidos pela crise do novo coronavírus.
O balanço da Secretaria de Trabalho mostra que cerca de 5,2 milhões desses acordos foram feitos nos setores de serviços (3,14 milhões) e comércio (2,06 milhões), que tiveram que fechar boa parte das suas unidades devido às medidas de distanciamento social necessárias ao combate à covid-19. Parte significativa também veio da indústria (1,843 milhão).
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