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Entenda como Lenita se envolveu com facções FDN e CV e acabou morta

Conforme pessoas que conviviam com a adolescente, ela defendia a Facção Família do Norte (FDN).

26/05/2020 às 08h40
Por: Fernanda Souza Fonte: Em Tempo
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Reprodução
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A equipe de reportagem obteve novas informações sobre a possível motivação da morte da adolescente Lenita da Silva, de 14 anos, encontrada morta, no Ramal da Praia Dourada, em Manaus, no último sábado (24). Fontes disseram que a menina foi vítima de uma 'casinha', - prática comum entre bandidos que consiste em atrair a vítima para um lugar e depois matá-la.

A ordem para executar a adolescente teria partido de líderes da facção criminosa Comando Vermelho (CV), que tenta dominar o tráfico de drogas na Compensa, bairro onde a estudante morava e que teria perdido amigos para a guerra do tráfico, nos últimos dias. 

Conforme depoimentos de pessoas que conviviam com a adolescente, que pediram para não serem identificadas, Lenita estava revoltada com a morte do entregador de lanches Samuel Nogueira, de 22 anos, conhecido como ‘Bola 8’. Ele era um grande amigo da estudante e teria sido uma vítima inocente de um ataque arquitetado pelo CV. Após o crime, Lenita começou a fazer comentários e xingamento ao Comando Vermelho,  nas redes sociais, o que teria levantado a ira da facção.

"Ela era muito amiga do 'Bola 8'. Os dois tinham um amor de irmãos. Na verdade, ele não estava envolvido com nada, inclusive estava trabalhando quando o mataram. Depois disso, a Lenita começou a falar coisas pelo bairro que os desagradavam, chamava a facção de 'CVCÚ'. Toda essa situação virou um leva e traz", contou uma conhecida da vítima.

Além dos insultos ao CV, Lenita seria defensora da Família do Norte (FDN) e até  prometia vingança pela morte de Samuel. Esses comentários, segundo as fontes, teriam repercutido mal no lado do Comando Vermelho, o que levou as lideranças a darem ordem para matá-la.

"Ela dizia que a Compensa iria virar FDN de novo e que o CV ia pagar pela morte do 'Bola 8', que ele era uma pessoa do bem", disse a fonte. 

Bola 8 teria sido alvo errado do Comando Vermelho. Eles queriam mesmo matar Júlio Rodrigues, que realmente morreu no local. Outra vítima, Victor da Silva,  ficou ferido. 

Toda esse envolvimento na história da morte do amigo, gerou preocupação para a adolescente, que antes de aparecer morta,  chegou a dizer para uma amiga que estava sendo ameaçada. Ela pedia que mobilizasse uma campanha na mídia, caso viesse a desaparecer.

O plano da morte 

De acordo com as informações, os líderes do CV sentiram-se afrontados pela adolescente e, para não serem mais confrontados, planejaram a emboscada. 

No dia do crime, Lenita foi convidada para ir a uma festa, em uma chácara, no bairro Tarumã, mesma região onde ela foi encontrada morta. A estudante recebeu o convite de um rapaz desconhecido para a família e amigos dela, porém para tranquilizá-los, a menina teria descrito o autor do convite,  como uma "pessoa de confiança". 

"A Lenita chegou a convidar dois amigos dela para irem com ela, mas eles se recusaram  a acompanhá-la, porque não conheciam a pessoa que a convidou, e nem onde seria a festa. Antes de sair, Lenita falou que o tal rapaz chamou o Uber para levá-la até a festa e esse foi o último contato que tiveram com ela", contou a fonte.

A suspeita é que o CV usou uma pessoa conhecida para atrair a adolescente para morte. Segundo a perícia, as características do lugar apontam que a vítima foi retirada de algum veículo, colocada na via pública e morta no local. 

Redes sociais 

Publicações nas redes sociais reforçam que o Comando Vermelho está envolvido na morte de Lenita. Em um dos posts, uma pessoa que, por segurança também não terá o perfil divulgado, apontou até quem seria os supostos mandantes. 

"Ruan e 'Batora' vocês mandaram o 'Felipinho'  matar a menina", diz trecho do post. Os dois nomes citados na publicação seriam líderes do CV na Compensa. 

Outro internauta defende a facção criminosa e culpa a adolescente pelos atos. "Foi pagar de doida e foi daquele jeitão. CV AM - o trem é pesado", descreveu na publicação. 

"Adolescente rebelde"

Pessoas que tiveram convivência com Lenita no bairro contaram que ela teve dois irmãos assassinados por envolvimento com a criminalidade. Um deles tinha o nome de Fernando e a estudante tinha até uma tatuagem no braço que o homenageava.

O morador do bairro contou que Lenita carregava a fama de ser uma adolescente rebelde, sempre envolvida em brigas e pequenos delitos. "Ela morava com a avó, que deve estar sofrendo muito. Os assassinos não estão nem aí. Para eles, foi só mais uma vítima que mataram, como tantas outras", lamentou a fonte.

O caso segue sendo investigado pela Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS).

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