Publicidade

Em depoimento, chefe da Polícia Federal de Minas contradiz Bolsonaro

Após demissão do ex-ministro Moro, em abril, o presidente reclamou, em pronunciamento, sobre suposta falta de aprofundamento das investigações relacionadas a Adélio, autor da facada contra o então presidenciável

21/05/2020 às 08h21 Atualizada em 21/05/2020 às 08h23
Por: Fernanda Souza Fonte: O Dia
Compartilhe:
Reprodução
Reprodução

O superintendente da Polícia Federal em Minas Gerais, delegado Cairo Costa Duarte, afirmou em depoimento que o presidente Jair Bolsonaro, ao ser informado sobre o andamento das investigações do caso Adélio Bispo, não demonstrou insatisfação quanto ao aprofundamento das apurações.

Após o pedido de demissão do ex-ministro Sérgio Moro, em abril, Bolsonaro reclamou, em pronunciamento, sobre suposta falta de aprofundamento das investigações relacionadas a Adélio, autor da facada contra o então presidenciável. O presidente acusou a PF de se preocupar mais "com Marielle do que com seu chefe supremo" À época, no primeiro semestre do ano passado, um inquérito sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco já havia sido concluído e um outro, sobre supostos mandantes, estava sendo conduzido pela PF mineira.

Em depoimento, Duarte relatou que esteve duas vezes com Bolsonaro, uma delas recentemente e na presença do atual ministro da Justiça, André Mendonça, e o novo diretor-geral da PF, Rolando Alexandre de Souza. O primeiro encontro teria ocorrido no ano passado, com a presença de Moro e o então chefe da PF, Maurício Valeixo.

A reunião mais recente com o presidente ocorreu em meio à conclusão do segundo inquérito da PF, que relatou a ausência de mandantes no atentado conduzido por Adélio Bispo. De acordo com a investigação, o esfaqueador agiu sozinho. No âmbito judicial, Bolsonaro não apresentou recurso contra a sentença que considerou Adélio Bispo inimputável.

O delegado responsável pelos dois inquéritos relacionados ao caso Adélio Bispo, Rodrigo Morais Fernandes, relatou em depoimento que Bolsonaro participou de reunião na última sexta no qual foi informado sobre a conclusão das investigações sobre o crime e não também teria se mostrado insatisfeito com as apurações.

O relatório assinado por Fernandes apontou que Adélio Bispo de Oliveira agiu sozinho em um crime sem mandantes. A explanação teria sido feita nos moldes de outra, feita no ano passado, e serviria para Bolsonaro, na condição de vítima, saber sobre as conclusões das investigações.

Advogado

De acordo com o delegado Fernandes, o presidente foi informado, também, de empecilhos jurídicos que barraram a apuração de uma linha de investigação. Por ordem do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), a PF não pode quebrar o sigilo do advogado Zanone Manuel de Oliveira Júnior, que defendeu Adélio Bispo. A intenção da PF era descobrir quem pagou os honorários do escritório da defesa. O caso aguarda análise no STF.

"A despeito disso, várias outras linhas de investigação foram traçadas e exauridas, inclusive apurando notícias veiculadas na imprensa e redes sociais que pudessem contribuir na investigação", esclareceu o delegado.

Fernandes também destacou que os advogados que defenderam Bolsonaro no processo contra Adélio sugeriram diligências, "tendo sido acatadas pela autoridade policial e realizadas". No âmbito judicial, Bolsonaro não apresentou recurso contra a sentença que considerou Adélio Bispo inimputável.

Fernandes afirmou ainda que teve plena liberdade para conduzir o cargo sem ter havido "ordem ou sugestão de linha investigativa" por parte de seu superior hierárquico. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
°

Mín. ° Máx. °

° Sensação
km/h Vento
% Umidade
% (mm) Chance de chuva
20h00 Nascer do sol
20h00 Pôr do sol
Qua ° °
Qui ° °
Sex ° °
Sáb ° °
Dom ° °
Atualizado às 20h00
Publicidade
Publicidade
Economia
Dólar
R$ 5,09 -0,29%
Euro
R$ 5,52 -0,32%
Peso Argentino
R$ 0,01 +0,41%
Bitcoin
R$ 380,950,23 +1,97%
Ibovespa
127,653,80 pts -0.08%
Publicidade