A auxiliar de produção, Eliane Ramos Rodrigues, de 28 anos, grávida de 8 meses de Bernardo, perdeu a vida na última quinta-feira (14) após passar 30 dias entubada no Hospital Adventista de Manaus. O parto que estava previsto para o início de maio, acabou precisando ser adiantado quando Eliane deu positivo para a covid-19. O vírus venceu a batalha sem que ela chegasse a conhecer o filho.
Maria José Ramos Rodrigues, irmã de Eliane, contou para a equipe do Manaus Alerta que a auxiliar estava muito ansiosa para a chegada do bebê, já estava preparando o enxoval e aguardando sua chegada. ”Minha irmã era uma pessoa super agradável, todo mundo gostava dela. Ela amava ajudar as pessoas e estava muito ansiosa para a chegada de Bernardo. Essa situação realmente pegou todo mundo de surpresa”. relatou a irmã.
Após uma semana com sintomas de gripe, a situação de Eliane piorou quando começou a sentir falta de ar, dores no corpo e vomitar bastante. Eliane deu entrada no hospital e foi aconselhado que ela fizesse o parto de imediato, que estava previsto para o mês seguinte.
O parto aconteceu e o bebê recebeu alta, mas, mesmo não sendo do grupo de risco, o diagnóstico da covid-19 veio e ela precisou ser entubada. A irmã conta que ela não tinha reação e não perguntava pelo bebê após o parto, apenas por Guilherme, seu filho de 6 anos. ”Nos falamos por videochamada e ela não conseguia nem lembrar que ele tinha nascido e que ela tinha passado pela cesárea, ela só falava que não estava legal e pedia para eu cuidar do Guilherme, mas não mencionava Bernardo. Logo depois ela foi entubada. ”. contou Maria José.
Durante o tempo de entubação, a família recebia atualização diária sobre seu estado de saúde através de videochamada. A irmã foi orientada pela psicóloga a colocar o choro de Bernardo para ela ouvir, assim como foi orientada a preparar Guilherme para sua possível partida.
No dia 14 de maio, após 30 dias entubada, Eliane teve quatro paradas cardíacas e não resistiu. Ela não consegui conhecer seu filho recém-nascido.
As crianças
Maria conta que precisou preparar Guilherme enquanto Eliane ainda estava entubada e até hoje ele ora pela mãe. ”Ele consegue entender o que tava acontecendo. Ele dizia – mamãe vai pro céu, né? Promete que vai ficar comigo, titia? – e aquilo me dava força. Mesmo assim, quando ele recebeu a notícia do falecimento, ele chorou muito. Aquela cena não saiu da minha cabeça. Hoje ele ora agradecendo a Deus por ter levado a mãe dele já que agora ela não sofre mais” relatou.
O pai de Guilherme possui deficiência visual e não pode ficar com a criança, embora esteja ajudando como pode. Já o pai de Bernardo, apenas a Eliane sabia quem era. Atualmente, Guilherme e Bernardo moram com as tias. A vida da família precisou ser readaptada para cuidar das duas crianças. Enquanto Guilherme está sendo cuidado por Maria, Bernardo está com outra irmã.
Pegos de surpresa em uma situação completamente inesperada, a família pede ajuda para manter as crianças. ”Não estávamos preparados de nenhuma forma para a situação, precisamos de ajuda! Bernardo até que conseguiu ganhar algumas coisas, mas não vai durar muito tempo, já Guilherme não tem absolutamente nada.” explicou Maria.
Maria José é casada e tem duas filhas, mas conta que não sabe como vai conseguir arcar com as despesas. ”Amor não falta, o que falta é o material mesmo”.
Quem puder ajudar a família, entrar em contato com o número (92) 98448-6587 ou quem puder contribuir com algum valor, segue a conta abaixo:
Banco Santander
Agência: 4539
Conta Corrente: 01050964-4
CPF: 767.655.712-72
Covid-19 no Amazonas
O Amazonas registrou 1.219 novos casos, nesta terça-feira (19), totalizando 22.132 casos confirmados do novo coronavírus no estado, segundo boletim epidemiológico divulgado pela Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM). São 1.491 vidas perdidas e sonhos interrompidos pelo vírus.
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