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Médica defensora da cloroquina e consultora de Bolsonaro é cotada para substituir Teich

Nise passou boa parte desta manhã no terceiro andar do Palácio do Planalto, de onde despacha o presidente.

15/05/2020 às 18h31
Por: Jéssyca Seixas Fonte: Extra
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Reprodução
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Apontada como principal consultora do presidente Jair Bolsonaro a respeito do uso da hidroxicloroquina e da azitromicina no combate ao coronavírus, o nome da imunologista Nise Hitomi Yamaguchi voltou a dominar os bastidores de Brasília após anúncio da demissão do ministro da Saúde, Nelson Teich, nesta sexta-feira. Nise passou boa parte desta manhã no terceiro andar do Palácio do Planalto, de onde despacha o presidente.

Não há, no entanto, confirmação de que ela poderia assumir a pasta. Há pouco mais de um mês, a médica passou a integrar o comitê de crise do governo federal contra a pandemia. Desde então, vem defendendo "evidências científicas" de que a medicação ajuda no "tratamento precoce" da doença, como disse ao GLOBO em 7 de abril.

Segundo ela, o remédio aumenta a chance de cura e impede internações, já que a reversão do quadro de insuficiência respiratória a partir da fase de inflamação se torna mais difícil. "Por que não podemos adotar já? Estou trabalhando com os médicos para criar esta consciência", afirmou Nise, na época, por mensagens de texto.

Cotada na sucessão de Mandetta

Médica do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, Nise chegou a ser cotada para assumir o cargo de Luiz Henrique Mandetta, antecessor de Teich no ministério. Pouco antes da troca no ministério, Nise chegou a se reunir com o Mandetta num encontro em que discutiram o tratamento com a droga defendida por ela. Na ocasião, ele se recusou a assinar um decreto que determinaria o uso da substância para debelar a Covid-19. Até o momento, a medicação é autorizada apenas para pacientes graves, desde que sob orientação médica.

Discreta, a médica disse na ocasião que suas contribuições ao comitê eram apenas técnicas e científicas "alinhadas aos melhores centros internacionais". Defensora do polêmico medicamento no combate a Covid-19, cuja eficácia não foi comprovada por estudos internacionais, a imunologista tem dito que, assim como ela, outros colegas de profissão também defendem o uso do hidroxicloroquina.

"O meu objetivo é criar pontos de vistas complementares aos que tem sido implementados para que possamos, como país, superarmos a crise! Tenho a certeza de que conto com o apoio dos meus mais de 14.000 pacientes e famílias", declarou Nise, que tem doutorado em pneumologia e mestrado em alergia e imunologia, ambos pela Universidade de São Paulo (USP), e exerce a medicina há quase 40 anos.

Defensora de 'testagem maciça'

A médica também defende o "home office" (trabalho em casa) para quem puder e o "isolamento total da nossa população de idosos vulneráveis e com múltiplas doenças", posição mais alinhada ao que defende Bolsonaro e menos rígida do que a adotada atualmente pelo Ministério da Saúde. Ela também acredita ser necessário realizar uma "testagem maciça" da pouplação, para identificar quem já possui anticorpos protetores. "Mesmo que não seja uma segurança de 100%, mas dá uma ideia, pelo nível de imunoglobulinas tipo G em relação à M, sobre quem já teve contato com a doença e se imunizou", explicou.

A participação da imunologista no governo não é a primeira incursão no serviço público. Segundo seu currículo Lattes, entre 2008 e 2011 ela foi representante do ministro da Saúde para o Estado de São Paulo, durante a gestão de José Gomes Temporão, no governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A ala militar do governo tem defendido o nome de Yamaguchi para assumir o Ministério da Saúde.

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