Após ser flagrada participando de uma panfletagem para o candidato Marcelo Ramos (PR), Tati Calderaro, uma das donas do Jornal A Crítica, resolveu abrir o jogo e escancarou o seu apoio ao candidato apoiado pelo governador José Melo (Pros) e pelo senador Omar Aziz (PSD).
No texto, publicado nas redes sociais Facebook e Instagram, Tati tenta manter oculta a parcialidade da Rede Calderaro de Comunicação na campanha eleitoral deste ano. “Apenas peço a todos que, por favor, não façam a MALDADE e a COVARDIA de associar a minha atitude com uma suposta “parcialidade” da Rede Calderaro de Comunicação (RCC)”, escreveu ela.
O curioso é que todos os veículos de comunicação da Rede Calderaro produzem quase que diariamente notícias negativas, algumas até falsas, ao prefeito Artur Neto (PSDB), adversário de Marcelo, e acabam fechando os olhos para fatos que a sociedade merece saber e que são de interesse público, como o envolvimento da esposa do ex-governador Omar, Nejmi Aziz, na operação Maus Caminhos, que desarticulou uma organização criminosa que desviou mais de R$ 110 milhões da saúde do estado.
Mais curioso ainda são as pesquisas encomendadas pela rede, como a de hoje (17), divulgada pelo Jornal A Crítica e que apontou Marcelo na liderança com 51,5% dos votos válidos, três pontos percentuais à frente de Artur, que aparece com 48,5.
No primeiro turno, o Jornal A Crítica e a Projeta divulgaram pesquisas apontando Marcelo com 42,4%, contra 38,8% de Artur. Erraram. Após a contagem dos votos, Marcelo acabou ficando com apenas 24% dos votos, enquanto Artur obteve 35%.
Na campanha eleitoral deste ano, a Rede Calderaro de Comunicação tem lado, sim. E o mais honesto seria abrir o jogo com os manauaras que não aguentam mais ser enganados pelos grandes veículos de comunicação, afinal de contas, qual é o slogan do jornal A Crítica mesmo? Resposta: De mãos dadas com o povo.
Que povo?
Abaixo, confira o texto de Tati Calderaro na íntegra:
Amigos e amigas, tentei não fazer um textão, mas creio que o momento pede uma reflexão um pouco mais longa do que as que costumo fazer por aqui, nas redes sociais. Fui surpreendida hoje com a “divulgação” de uma foto minha panfletando para o candidato do PR a prefeito de Manaus, Marcelo Ramos. A publicação, em tom de denúncia e “flagrante”, tenta fazer parecer que é negativo o livre, democrático e saudável exercício de minha cidadania. Tenho direito, como qualquer outro cidadão desta cidade, de apoiar quem eu considero o melhor para o futuro de todos. E nunca escondi isso de ninguém. Não é de hoje que meu carro tem o adesivo do 22. Meu instagram, que agora abro para que mais pessoas possam acompanhar esse bonito momento, tem duas fotos minhas na ação da campanha, que ocorreu no último sábado. Eu não estava lá disfarçada. Fui para uma das mais movimentadas esquinas da cidade de cara limpa e com o coração cheio de esperança em uma Manaus melhor. Não tenho porque apoiar Marcelo em segredo. Sou Tati Calderaro, manauara com muito orgulho. Foi aqui que nasci e é aqui que crio meu filho. Eu quero uma Manaus diferente e creio que Marcelo é o candidato que melhor representa meu desejo de mudança. Faço isso de forma espontânea, como cidadã que quer participar do processo eleitoral, e convido e encorajo você a fazer o mesmo, independente de quem seja seu candidato. Para aqueles que, como eu, estão insatisfeitos com a atual gestão e escolheram o Marcelo, amanhã estarei em mais uma ação da campanha, no Parque 10. Junte-se a nós! Agora a parte chata. E apenas peço a todos que, por favor, não façam a MALDADE e a COVARDIA de associar a minha atitude com uma suposta “parcialidade” da Rede Calderaro de Comunicação (RCC), fundada pelos meu avós, Ritta e Umberto. Sou vice-presidente do conselho do jornal A Crítica, mas não opino sobre linha editorial e muito menos faço pesquisa eleitoral. Se o secretário municipal de Saúde está tendo contratos questionados pelo Ministério Público, deve explicações à sociedade. Se Marcelo aparece na frente na sondagem da Projeta, divulgada pelo jornal (e que no primeiro turno ACERTOU o resultado), o problema é do Artur, que tem de correr atrás de votos. Eu venho exercendo apenas um direito como cidadã. Estou errada? Menos maldade, por favor. Nunca usei a estrutura da RCC para manifestar apoio à campanha do 22. Nunca fiz reunião, por exemplo, com os clubes envolvidos no Peladão (que, aliás, são testemunhas da condição de abandono que se encontram os locais destinados à prática esportiva). Assim como nunca usei o espaço que teria nas Escolas de Samba (igualmente abandonadas à própria sorte pelo poder público municipal) nem nos movimentos do Boi Bumbá, apoiados pela empresa de minha família. Tenho um irmão que corre com o Marcelo. Outro bebe com Artur, que em mais de uma ocasião o chamou de filho. Isso nunca interferiu no posicionamento dos nossos veículos, que foram criados e cresceram sob a força do slogan “De mãos dadas com o povo”. O Artur vai passar, o Marcelo vai passar, eu vou passar. A Crítica já é parte da história dessa cidade e não passa não. E se Deus quiser continuará por muitas gerações ajudando o morador de Manaus a se manter bem informado.
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