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Publicado 1º estudo sobre cloroquina contra covid-19 por médicos do AM

Revista dos Estados Unidos publicou artigo dos especialistas à frente da pesquisa em pacientes com o novo coronavírus internados no Delphina Aziz.

13/04/2020 às 16h22
Por: Jéssyca Seixas Fonte: A Crítica
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Reprodução
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O grupo de aproximadamente 50 especlialistas e médicos do Amazonas à frente da pesquisa que busca tratamento com a cloroquina em pacientes com o novo coronavírus (Covid-19) publicou, no último sábado (11), o primeiro artigo científico com resultados preliminares da aplicação do antiviral em 81 pacientes em estado grave no Hospital Delphina Aziz, na Zona Norte de Manaus.

Entre as constatações do grupo está a queda de 18 para 13,5% na taxa de letalidade entre os pacientes que receberam doses da droga, menores daquelas comumente usadas por médicos que enfrentam a doença em outros países.  Até então, nenhuma pesquisa publicada por especialistas que avaliam a doença mundo afora trazia este dado.

Apesar de estudos desenvolvidos desde janeiro na França, China, Estados Unidos e Itália sinalizarem efeitos positivos da hidroxicloroquina, e sua semelhante, a cloroquina - ambos medicamentos historicamente utilizados para o tratamento da malária, lúpus e doenças renais - a indicação dos antivirais para tratamento da covid-19 ainda não é unânime na comunidade científica, principalmente, pela falta de estudos que avaliam a periculosidade da droga.

É neste ponto que a pesquisa publicada pelos cientistas do AM desponta da comunidade internacional, e se torna referência para outros modelos de saúde pública mundo a fora. O grupo foi liderado pelo Dr. Marcus Lacerda da Fundação de Medicina Tropical do Amazonas.

Pesquisa

Com nome “Difosfato de cloroquina em duas dosagens diferentes como terapia adjuvante de hospitalizados com síndrome respiratória grave no contexto de infecção por coronavírus (SARS-CoV-2): Resultados preliminares de segurança de um ensaio clínico de fase IIb randomizado, duplo-cego (estudo CloroCovid-19)”, o estudo reúne experiência de 81 pacientes que receberam diferentes doses da droga no AM desde o dia 23 de março.

No mesmo dia, o Governo do Amazonas decretou estado de calamidade pública e ampliou medidas de restrição de circulação em todo estado devido a ameaça que o vírus demanda sobre o sistema de saúde pública. 

Os pacientes receberam, durante 10 dias, 600mg de cloroquina ou, uma dose total de 12g no dia. Também foi administrado doses baixas do medicamento durante 5 dias, sendo 450mg, ou dose total de 2,7g de cloroquina. A aplicação foi por via oral e também por meio de sonda nasogástrica. Além disso, todos os pacientes receberam ceftriaxona e azitromicina, usados para combeter o vírus HIV, que causa a Aids.

"Embora ambos os medicamentos tenham um sabor amargo, são geralmente muito bem tolerados e, após milhões de doses utilizadas, a sua base de dados de segurança acumulada é maciça", diz trecho do artigo.

Para o tratamento, os pacientes foram inscritos antes da confirmação laboratorial da covid-19. Apenas duas em cada 11 mortes ocorreram em idosos com mais de 75 anos de idade.

Um dos marcos da pesquisa é a constatação de que uma alta dosagem de cloroquina não sugere maior efeito de uma possível recuperação do paciente. "A cloroquina apesar de ser um medicamento seguro utilizado há mais de 70 anos contra a malária, pode ser tóxico nas doses recomendadas pelas autoridades chinesas (dose elevada de 10g, para 10 dias)", diz trecho do artigo.

Inclusive, as secreções respiratórias utilizadas como amostra pelos especialistas sinalizam que o efeito da cloroquina em alta dose é quase nulo.

 

Em outro trecho, os especialistas argumentam que para resultados mais efetivos o tratamento deve ser iniciado antes do início da fase grave da doença, "é urgentemente necessária", afirmam. 

Recomendações

Os médicos à frente da pesquisa também recomendam, baseado nos resultados preliminares do documento, que a comunidade científica mundial não aplique doses elevadas dos antivirais em teste.  "Por conseguinte, recomendamos vivamente que este a dosagem já não é utilizada em nenhum lugar para o tratamento de COVID-19 grave, especialmente porque no mundo real, a regra deve ser a dos pacientes mais velhos que utilizam drogas cardiotóxicas", complementam.

Os resultados divulgados no último sábado (11) são preliminares e apresentam números de apenas seis dias de aplicação, mas encorajam a comunidade científica mundial que corre contra o tempo para produzir uma cura, ou tratamento eficaz contra a doença. 

Essa é a primeira pesquisa mundial a oferecer um panorama mais abrangente dos efeitos da droga contra a doença que já vitimou mais de 100 mil pessoas desde dezembro de 2019 em todo o mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). 

De acordo com último boletim epidemiológico divulgado pela Fundação Vigilância em Saúde (FVS-AM), a covid-19 já vitimou 62 pessoas no estado.

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