O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira que, de acordo com médicos que têm ouvido, o tratamento contra a Covid-19 a base de cloroquina deve ser realizado até o quinto dia após o surgimento dos primeiros sintomas, antes que a doença evolua para um nível mais grave. Em entrevista à Band, Bolsonaro ressaltou que "não entende do assunto", mas disse que conversou sobre o assunto com muitos pesquisadores.
— Esse tratamento, que começou aqui no Brasil, ele tem que ser feito, segundo as pessoas que a gente tem conversado, até o quarto ou quinto dia dos primeiros sintomas. Passando dia, com uma evolução muito rápida, ele ataca basicamente o pulmão. Quando entrar no estado grave ou gravíssimo, a possibilidade de você se curar é mínima, quase zero. Então esse é o grande problema.
A cloroquina e a hidroxicloroquina são dois compostos usados no tratamento da malária, para reduzir febre e inflamação, e de algumas doenças reumáticas. Ambos estão sendo testados contra o novo coronavírus. As pesquisas ainda não foram concluídas para saber ao certo a eficácia e os efeitos colaterais das substâncias. O que se sabe até agora é que a cloroquina conseguiu reduzir o tempo médio de permanência de um paciente grave com o novo coronavírus na UTI.
Bolsonaro disse ainda na entrevista que a substância pode ser aplicada inclusive antes do diagnóstico, porque o resultado pode demorar:
— O elemento está em casa, tossindo. É como dizem os médicos, eu não entendo desse assunto, começa a sentir falta de ar, você não sente gosto, perde o olfato também, você tem que ir atrás de um médico para fazer... Às vezes, para você fazer o teste, demora. Tem que ser aplicado em você.
O presidente ressaltou que a cloroquina só deve ser utilizada com prescrição médica e demonstrou preocupação com uma busca exagerada da substância:
— Logicamente, a gente tem uma preocupação para que não haja uma corrida para a busca desse material, que deve ser administrado, sim, de acordo com recomendação médica, tem que ter um receituário específico para isso.
Ele ressaltou ter conversado inclusive com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre esse assunto:
— Eu sei que não sou médico, mas eu converso com muita gente, médicos, pesquisadores. Conversei com o Trump lá trás, porque também os Estados Unidos estavam pesquisando esse assunto. Nós tínhamos que mostrar um possível norte.
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