O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender nesta quarta-feira o relaxamento das medidas de isolamento social adotadas por governadores contra o novo coronavírus, mas disse pensar em converter o decreto que aventou editar determinando a ampliação de categorias essenciais em um projeto de lei a ser enviado ao Congresso.
— Não pode é, como se estivesse vivendo num clima de guerra, onde se tivesse dado toque de recolher 24 horas por dia — declarou Bolsonaro, em entrevista por telefone no início da noite a José Luiz Datena, do Brasil Urgente, da Band.
O presidente comentou que "tem estado que já está abrindo", citando o Distrito Federal, que, segundo ele, "já abriu muita coisa". E relatou ter ouvido de um colega de São Paulo que o trânsito de carros já foi maior do que ontem, para dizer que isso está acontecendo no Brasil todo.
— Os governadores, os prefeitos, que no meu entender, alguns tomaram medidas em desacordo com a população têm que refazer o seu programa e voltar a abrir o comércio. Quem tem abaixo de 40 anos não tem que se preocupar. De 40 a 60, tem as suas preocupações. E acima dos 60, é cuidado máximo — afirmou Bolsonaro.
Bolsonaro foi questionado sobre a liberdade de cada Estado para tomar as respectivas providências contra a Covid-19 e explicou que enviaria o projeto porque a sua intenção inicial de decidir por decreto seria "o problema enorme" que ele teria na Justiça e no Legislativo
— Eu fiz um anúncio dessa possibilidade e, poucas horas depois, o presidente da Câmara [Rodrigo Maia] disse que derrubaria, via projeto de decreto legislativo, o meu decreto. E também tive notícias que o meu decreto iria sofrer impedimentos, vamos assim dizer, ações na Justiça a partir da primeira instância. O que é que diz, basicamente o meu decreto, que está aqui para ser assinado, mas eu estou estudando se assino ou não assino? Porque eu vou ter um problema enorme na Justiça e no Legislativo. Penso até em transformar meu decreto em projeto de lei, e mandar para o Parlamento decidir — declarou o presidente.
O presidente comentou que estava ao lado do deputado federal Marcos Pereira (Republicanos-SP), que é vice-presidente da Câmara, e disse que essa seria "uma boa pauta para ele discutir". E reforçou o seu entendimento de que a atividade essencial é aquela indispensável para o homem poder levar um prato de comida para os seus filhos em casa.
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