No quinto pronunciamento em rede nacional de rádio e TV em um mês, o presidente Jair Bolsonaro voltou a defender na noite desta quarta-feira (8) o amplo uso da cloroquina no combate à pandemia do coronavírus, embora ainda faltem estudos conclusivos sobre a eficácia do medicamento. Ele citou o exemplo do médico Roberto Kalil Filho, diretor-geral do Centro de Cardiologia do Hospital Sírio-Libanês, que admitiu, também nesta quarta-feira, ter tomado o remédio para se tratar da doença. Depois de insistir no isolamento vertical, o presidente tem feito da defesa da cloroquina uma forma de disputa política e ataque a adversários.
O pronunciamento, que durou quatro minutos, foi novamente acompanhado por panelaços nas principais cidades do País. Na mensagem, Bolsonaro disse que defende, há 40 dias, o uso do remédio desde a fase inicial da doença, em desacordo com o que prevê o Ministério da Saúde. A pasta indica cloroquina apenas para pacientes com quadro grave de saúde.
Após ameaçar cancelar na “canetada” decretos estaduais que restringem a circulação de pessoas como forma de evitar a disseminação da doença, Bolsonaro disse nesta quarta que “respeita a autonomia” dos chefes dos Executivos de Estados e municípios, deixou claro que a Presidência não foi consultada sobre medidas restritivas e afirmou que a responsabilidade por elas é “exclusiva” de prefeitos e governadores.
Durante o dia, o discurso era outro, e Bolsonaro entrou em mais uma polêmica com o governador paulista, João Doria (PSDB). Pela manhã, sugeriu que o infectologista David Uip, coordenador do Centro de Contingência para o novo coronavírus de São Paulo, escondia o uso do remédio por “questões políticas”.
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