O Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, reforçou neste sábado (28) a necessidade de isolamento social para conter o avanço do novo coronavírus no Brasil. "Se a gente sair andando todo mundo de uma vez vai faltar pro rico, pro pobre", ele disse.
A declaração foi feita durante entrevista para divulgar os novos dados do coronavírus no Brasil. São 114 mortes e 3.904 casos confirmados no país. A taxa de letalidade é 2,8% e São Paulo concentra 1.406 casos.
O balanço deste sábado acrescentou 22 mortes e 487 casos confirmados ao total. Este é o segundo maior aumento diário de casos no Brasil até agora. Na sexta-feira, foram 503 novas confirmações.
Necessidade de isolamento
Mandetta ressaltou a orientação de "a gente ficar em casa, parado", até que o poder público "consiga colocar os equipamentos na mão dos profissionais que precisam". "Porque se a gente sair andando todo mundo de uma vez vai faltar pro rico, pro pobre, para o dono da empresa, para o dono do botequim, para o dono de todo mundo", disse Mandetta.
Nós precisamos ter racionalidade e não nos mover por impulso neste momento. Vamos nos mover, como eu disse desde o princípio, pela ciência e pela parte técnica, com planejamento. Pensando em todos os cenários quando a gente fala de colapso, de sobrecarga, ou de sobreuso no sistema.", disse Mandetta.
"Agora vai ter que poupar o sistema de saúde. Agora não é hora de sobrecarregar o sistema de saúde, seja em nome do que for. Agora é hora de aguardar, vamos ver como essa semana vai se comportar, e nós vamos ter nessa semana a discussão dentro da Saúde para achar os parâmetros", ele disse.
A fala do ministro segue orientação da Organização Mundial da Saúde, que nesta quarta-feira (25) reforçou a importância de medidas de quarentena e de isolamento social para conter a tranmissão do vírus.
As declarações sobre o isolamento vão contra as do presidente Jair Bolsonaro. Na terça-feira (24), em pronunciamento em rede nacional de televisão, Bolsonaro criticou o pedido para que todos fiquem em casa.
"Algumas poucas autoridades estaduais e municipais devem abandonar o conceito de terra arrasada, a proibição de transportes, o fechamento de comércios e o confinamento em massa. O que se passa no mundo tem mostrado que o grupo de risco é o das pessoas acima dos 60 anos. Por que fechar escolas?", Bolsonaro declarou.
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