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Flávio e Carlos Bolsonaro se filiam a partido ligado à Igreja Universal

A possível filiação de Carlos Bolsonaro ao partido de Crivella vinha sendo especulada há alguns meses, mas a chegada de Flávio não era esperada nesse momento.

27/03/2020 às 16h14
Por: Jéssyca Seixas Fonte: UOL
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Reprodução
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O senador Flávio Bolsonaro e o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro, filhos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), filiaram-se ao Republicanos, antigo PRB, partido ligado à Iurd (Igreja Universal do Reino de Deus). A chegada de ambos à legenda foi oficializada pelo prefeito do Rio, Marcelo Crivella, maior cacique do Republicanos até então e sobrinho do bispo Edir Macedo, líder da denominação evangélica.

A possível filiação de Carlos Bolsonaro ao partido de Crivella vinha sendo especulada há alguns meses, mas a chegada de Flávio não era esperada nesse momento. O bispo Edir Macedo foi um dos principais apoiadores do clã Bolsonaro no meio evangélico na eleição de 2018 e vem atuando como base de sustentação do governo Bolsonaro.

Em setembro, Bolsonaro intensificou a aproximação com Macedo. No dia 1º, esteve no Templo de Salomão —principal templo da Igreja Universal—, em São Paulo, participando de um culto. Na ocasião, o presidente permaneceu por cerca de dez minutos no púlpito ao lado do líder da Igreja Universal.

Bolsonaro recebeu uma oração e viu Macedo pregar em sua defesa e atacar a imprensa. "A mídia toda é contra ele, e eu sei o que é isto porque vivenciamos o inferno da mídia, das pancadarias dela porque é a imprensa marrom [termo pejorativo usado para se referir ao sensacionalismo]. Mas eu estou aqui", disse Macedo, sorrindo na frase final.

Bolsonaro retribuiu uma semana depois, convidando Edir Macedo para acompanhar o desfile de 7 de setembro ao seu lado em Brasília, em posição de honra. Macedo chegou a disponibilizar a estrutura de sua igreja na coleta de assinaturas para Bolsonaro viabilizar o Aliança pelo Brasil, partido que o presidente tenta criar.

Filiação sinaliza apoio a Crivella

A filiação de dois de seus filhos também sinaliza o apoio de Bolsonaro à reeleição de Marcelo Crivella.

Impopular, o prefeito do Rio vinha tentando desde o fim do ano passado colar sua imagem à do clã presidencial e obter seu apoio para a disputa eleitoral. No círculo do prefeito do Rio, especula-se uma chapa tendo como vice um indicado de Bolsonaro, como o deputado federal Helio Lopes (PSL-RJ), amigo do presidente e figura frequente em suas lives e agendas públicas.

Em fevereiro, no sábado de Carnaval, Bolsonaro e Crivella estiveram juntos em um evento evangélico na Enseada de Botafogo, zona sul do Rio. Na ocasião, o presidente recebeu afagos de Crivella e de outras lideranças evangélicas. Bolsonaro e o prefeito do Rio chegaram a dançar juntos ao som de um louvor.

Crivella passou a adotar um discurso de confrontação à imprensa, sobretudo à TV Globo, no fim do ano passado, emulando a estratégia bolsonarista de comunicação.

Também saiu em defesa de Flávio Bolsonaro quando o senador viu sua loja de chocolates ser alvo de um mandado de busca e apreensão obtido pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) nas investigações do Caso Queiroz, em dezembro. O prefeito gravou um vídeo para demonstrar apoio ao filho mais velho do presidente.

"Presto minha solidariedade ao senador Flávio Bolsonaro, pela grande perseguição que vem enfrentando. Quando não somos coniventes com a corrupção, é isso o que acontece: somos atacados. Mas a verdade sempre vai prevalecer. Não vão derrubar os que foram, democraticamente, eleitos", afirmou, procurando associar sua situação à de Flávio.

No fim de janeiro, Crivella organizou um encontro no Palácio da Cidade, residência oficial do prefeito do Rio, para receber com honras Bolsonaro e membros de seu governo. O evento contou com a presença de todo o secretariado de Crivella e também de lideranças evangélicas como o missionário RR Soares, líder da Igreja Internacional da Graça de Deus. O apoio do segmento evangélico foi decisivo para a vitória de Bolsonaro em 2018.

Dias antes Crivella esteve no Palácio do Planalto, mas deixou o local sem dizer com quem foi falar e nem o que foi fazer na sede do governo federal, onde despacha o presidente.

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