Governador do Rio diz que isolamento está mantido no estado
Witzel diz que saiu otimista da conversa com Bolsonaro

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, disse que o isolamento da população está mantido no estado. A declaração foi feita em coletiva no Palácio Guanabara, sede do executivo, após a reunião por meio digital com o presidente Jair Bolsonaro, que estava em Brasília, e com governadores da região Sudeste. Ele pediu que no momento as pessoas fiquem em casa e continuem seguindo as medidas restritivas de circulação, porque somente assim, os mais velhos serão preservados.
A orientação do governador contrasta com o pronunciamento feito ontem a noite pelo presidente Bolsonaro. Witzel ponderou, no entanto, que como foi magistrado, sempre pautado em opiniões de especialistas, não caberia a ele abrir respeitosamente a divergência. “A política é feita do diálogo de convergências e divergências. Nem sempre vamos convergir e o espaço democrático é para se ter o debate. Não convergi com aquilo que o presidente falou ontem e fui de forma respeitosa [à reunião digital] assim como espero ser tratado sempre, levando em consideração que aqui não tomamos decisões desarrazoadas”, afirmou.
“Espero que o presidente continue mantendo o diálogo e dando abertura para que os governadores falem de forma respeitosa aquilo que entendemos ser pertinentes. No momento não há espaço para abertura do confinamento e muito menos de afrouxamento das medidas que tomamos.”
Witzel descartou também na coletiva divergências entre o estado e o município do Rio de Janeiro. Como exemplo de cooperação, lembrou que a prefeitura da capital cedeu um terreno onde será instado pelo governo estadual, um hospital de campanha.
Na área de saúde reforçou a instalação de seis hospitais de campanha com capacidade para 1200 leitos. De acordo com o governador, conforme avaliações dos técnicos do estado e do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, após o dia 4 de abril, será possível fazer uma análise mais precisa do achatamento da curva de contaminação pelo coronavírus no estado e da capacidade de hospitalizar os que estiverem em situação mais grave. Witzel destacou que se houver necessidade, podem ocorrer alterações nas medidas adotadas, sem no entanto, revelar se o isolamento pode ser reduzido.
“Estou otimista com o trabalho que está sendo feito e peço mais uma vez a todo o povo fluminense: fique em casa, observe aquilo que estamos determinando, porque nós no dia 4 de abril teremos condição de avaliar melhor e de poder fazer ajustes na nossa atividade produtiva. Não queremos quebrar as empresas, não queremos o Brasil exterminar empregos, mas queremos preservar vidas. É muito difícil imaginar se amanhã tivermos que escolher quem vive e quem morre”, apontou.
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