O julgamento de Josias de Oliveira Alves, 35, acusado de ter jogado o próprio filho de quatro meses, no Rio Negro, em agosto de 2015, iniciou na manhã desta quarta-feira (19), pela 1ª Vara do Tribunal do Júri, no auditório do Fórum Ministro Henoch Reis, bairro São Francisco, zona centro-sul da cidade.
Josias passou somente seis meses detido e conseguiu o habeas corpus para aguardar o julgamento em liberdade. De acordo com o advogado de defesa, Christian Araújo de Souza, as provas de que Josias seria o culpado não são fortes o suficiente para a sua condenação.
“Os depoimentos da mãe da vítima se contradizem e ela mesma, durante as investigações, assumiu que era usuária de drogas. As supostas provas que a acusação alega não são o suficiente para condená-lo. Estamos confiantes de que hoje a justiça será feita”, completou o advogado.
A irmã do acusado, Josenilda Oliveira, disse também que a relação entre os dois era conturbada. Ela também declarou que Cleudes Maria, mãe da criança, agredia o seu irmão e só o procurava para pedir dinheiro.
“Nossa família já tinha entrado em contato com ela para que criássemos a criança, mas ela nunca deixava. Ela agredia o meu irmão. Ele chegou várias vezes todo machucado, com hematomas e arranhões. Ela só ia até o Josias para pedir dinheiro. Ele passou pouco tempo preso e quem conhece meu irmão, sabe que ele nunca seria capaz de cometer uma atrocidade dessa. Deus vai tocar no coração de Cleudes e ela dirá a verdade”, disse.
Acusação
Para o promotor de justiça, Luiz Lobão, responsável pela acusação, a contradição do réu também deve ser levado em conta pelo júri popular, já que ao longo destes quatro anos Josias deu três versões sobre o caso.
“Na primeira ele disse que a Cleudes foi a responsável pela morte da criança. Na segunda ele assumiu a autoria do crime. Na última, ele alegou que Cleudes teria tentado arremessar um remo nele e com a confusão, a criança de quatro meses acabou caindo no Rio Negro. Nós temos testemunhas que viram quando a Cleudes chegou ao local e já presenciaram outras brigas do casal. Vamos mostrar os fatos e o júri tomará a decisão final”, explicou o promotor.
O juiz do caso, Celso Souza de Paula, confirmou que o julgamento deve ter fim ainda na tarde desta quarta, mas alerta que o caso é de grande complexidade. “Por não ter nenhuma testemunha ocular do caso, fica difícil para o júri chegar a uma conclusão, já que somente Josias e Cleudes estavam no local na hora do crime”, finalizou.
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