A verdade por trás do desaparecimento da menina Edilene Cordeiro da Silva de 9 anos, que foi encontrada no distrito de Paricatuba na última terça-feira (11), foi revelada pela polícia. De acordo com a Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), a menina já fugiu várias vezes de casa porque sofria exploração sexual e de trabalho infantil da própria família.
“A garota já tem reincidentes de passagens tanto na Depca quanto em abrigos locais”, revelou a delegada titular da Depca Joyce Coelho. A delegada explicou que houve um erro no procedimento policial após Edilene ter sido encontrada com amigos no distrito de Paricatuba, que foi ter sido entregue novamente para a família, no bairro Colônia Antonio Aleixo.
“Edilene já havia sido retirada das mãos da família, pois em dezembro estava em um abrigo e acabou sendo reintegrada ao lar, mas acabou fugindo neste mês de fevereiro. Após ser encontrada foi devolvida diretamente para os familiares sem passar pelo procedimentos legais de oitiva, de escuta especializada e de exames para que pudesse averiguar seu estado emocional e físico”, detalhou.
Na ultima quarta-feira, Edilene foi ouvida na Depca e relatou que de fato vive uma situação de vulnerabilidade social extrema, inclusive pedindo dinheiro nos sinais. Além disso, a menina estava sendo explorada por uma pessoa do bairro Colonia Antonio Aleixo. E existe várias outras crianças nesta mesma situação de Edilene, mas ela resolveu fugir do sofrimento.
Segundo a delega, Edilene foi convidada por uma colega par ir a Iranduba e aceitou para fugir da situação de exploração que estava vivendo. A fuga apesar de não se configurar sequestro, é um crime tão grave quanto, que se configura como cooptação para um possível exploração sexual ou trabalho infantil e pode gerar pena ao responsável.
Em Iranduba, Edilene estava na casa de uma família, que inclusive a mulher procurou a Depca nesta quinta-feira, para explicar a situação, e disser que recebeu a criança das mãos de sua irmã. “A menina foi embora para fugir de uma exploração e acabou se envolvendo em outra forma de exploração”, revelou Joyce.
A menina não tem condições mais de ficar no bairro Colônia Antônio Aleixo com a família, e foi levada para um abrigo definitivo. “Ela nem sabe ler, tem nove anos e manifestou o desejo de querer estudar e estava no sinal pedindo dinheiro porque queria comprar material escolar. Então uma pessoa atrás da outra explorando essa criança. Ela agora vai estudar”, completou a delegada.
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