Após ser resgatada no município de Iranduba (a 27 km de Manaus), na noite de terça-feira (11), Edilene Cordeiro da Silva, de apenas 9 anos, após passar 11 dias desaparecida, relatou aos conselheiros que estava sendo maltratada na casa onde foi encontrada.
No dia do desaparecimento, a criança saiu de casa no horário do almoço para comprar frango e não retornou mais. O caso aconteceu na rua Central, bairro Colônia Antônio Aleixo, Zona Leste de Manaus.
Desde então, familiares e amigos compartilhavam fotos da criança e buscavam informações sobre o que teria acontecido com a pequena Edilene. Ela foi encontrada por conselheiros tutelares do município de Iranduba, na comunidade do Paricatuba, após denúncia anônima.
A conselheira tutelar Fabiana Viana explicou como a equipe conseguiu devolver a criança para a família. “Recebemos a denúncia anônima e fomos ao local. Chegando na casa encontramos o casal e a criança estava em uma igreja ”, afirmou.
Edilene explicou à polícia como aconteceu o sequestro e contou como era mantida na casa onde foi encontrada. Há informações de que ela estava sendo maltratada, pois estava com queimaduras pelo corpo.
“A criança falou que uma mulher a pegou em um sinal e a levou a força à comunidade do Paricatuba. De lá, a menina foi encaminhada para outra pessoa que, possivelmente, iam vender a criança”, destacou a conselheira.
Estão envolvidos no caso duas mulheres e um homem, segundo informou Fabiana. Há indícios de maus-tratos na criança, e também relatou que Edilene fazia os serviços domésticos da casa onde estava. “Ela foi maltratada, foi queimada e fazia os afazeres de casa, limpava”.
De acordo com a delegada Sylvia Laureana, titular da 31ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP) de Iranduba, o casal informou que a criança foi entregue a eles por uma pessoa, no Terminal de Integração 5, em Manaus, com alegação que ela não tinha onde morar.
“Todos os envolvidos no caso foram levados para a 31ª DIP, onde o casal foi ouvido e solicitado exames médicos e requisições periciais para apurar se a criança sofreu qualquer lesão durante esse período”, relatou a delegada por meio da assessoria.
Conforme legislação corrente, a vítima teve o depoimento colhido no Conselho Tutelar, para resguardo da integridade e imagem dela. Um Inquérito Policial (IP) foi instaurado para apurar as circunstâncias dos fatos.
Ajuda da população
Para o fim do pesadelo desta família, a participação da população com denúncias fez a pequena Edilene voltar para casa, afirmou Fabiana Viana. “Nesse caso, a ajuda da população foi essencial pois denunciaram a prática e o paradeiros da criança. Pedimos para as mães e pais todo o cuidado”.
Casos de crianças desaparecidas e carros em atitudes suspeitas rondando escolas e lugares propícios para o rapto deixam pais assustados. A conselheira tutelar alerta para o perigo.
“Cuidado com as crianças sozinhas na rua. É real, não é lenda. Está acontecendo sequestros de crianças, é sempre muito rápido e todo cuidado é pouco”, enfatizou.
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