O governador do Estado do Amazonas, Wilson Lima, concedeu entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira (20), na sede do Governo do Amazonas, localizada na avenida Brasil, Compensa II, zona Oeste de Manaus. Em seu discurso, informou sobre os acontecimentos dos últimos dias, envolvendo a saúde no Amazonas, entre os assuntos estão, denúncias no Hospital Universitário Francisca Mendes, localizado avenida Camapuã, Cidade Nova, Zona Norte, sobre a falta de medicamentos e pagamentos dos profissionais da saúde do Amazonas.
Wilson destacou o índice de mortalidade no Amazonas que está em 12%, abaixo da média nacional, de 20%. Em números, relatou que cinco cirurgias cardíacas foram executadas nesta terceira semana de dezembro na unidade.
Outros dez procedimentos cardiológicos entraram na relação do Hospital Francisca Mendes, que é referência de cirurgia cardíaca no Brasil. Entre as outras medidas destacadas pelo governador, estão as máquinas de hemodinâmica funcionando há dez dias no Estado.
"Nós recebemos a saúde com uma situação bem complicada, e isso não muda do dia para a noite. Se a gente conseguisse mudar em um ano o que foi feito em 20 seria ótimo. O Amazonas estava com o déficit de 1.2 bilhões. Não era só na saúde, mas em todas as áreas", declarou.
Para a realização das cirurgias cardíacas, o Governo do Estado do Amazonas entrou em parceria com a iniciativa privada do Hospital da Criança de São José do Rio Preto, no Estado de São Paulo, e uma empresa norte americana Children's Heart Ink.
As empresas farão os procedimentos cirúrgicos em quatro pacientes do Amazonas, por semana. Eles serão avaliados pela equipe médica de Manaus e posteriormente encaminhado para a viagem, que será custeada pelo Estado, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) e iniciativa privada.
Wilson Lima declarou ainda que não há o desabastecimento do Hospital Universitário Francisca Mendes. Segundo ele, as informações são falsas e sem fundamento. "Não falta nenhum item sequer de medicamento nesta unidade. O hospital está pronto para fazer qualquer atendimento, em qualquer paciente do Estado", enfatizou o governador.
Impeachment
Os deputador Wilker Barreto (Podemos) e Dermilson Chagas (PP) assinaram o pedido de impeachment contra governador e o vice, Carlos Almeida Filho, na última quarta-feira (18). Sobre o assuno, Wilson Lima avaliou a peça e declara que não há nenhum fundamento e amparo legal.
"Eu entendo o papel da oposição, faz parte da democracia. Eles estão tentando tumultuar o processo. A gente sabe qual é a ligação dos dois. Essas situações são claras, desde o início do ano tentam achar uma brecha para isso acontecer, mas não há fundamento. Com relação a perseguição, eu digo que tenho muita coisa para fazer e me preocupar", enfatizou Wilson Lima.
Para 2020
Para investimento na área em 2020, o orçamento voltado para a saúde será de R$ 45 milhões. Foram aprovadas habilitações junto ao Ministério da Saúde. Com isso, o Amazonas receberá R$ 25 milhões a mais para ampliar os atendimentos em algumas áreas. O Governador destacou as medidas para melhorias na saúde do Estado.
Entre elas está a ampliação e reforma do Hospital e Pronto-Socorro João Lúcio, localizado na avenida Cosme Ferreira, bairro Coroado, Zona Leste. Para o fim do mês de janeiro e início de fevereiro, entra no cronograma a implantação de mais 30 leitos na maternidade Estadual Balbina Mestrinho, localizada na rua Duque de Caxias, bairro Praça 14 de Janeiro, Zona Sul.
Para o Hospital Dephina Rinadli Abdel Aziz, localizado na avenida Torquato Tapajós, Zona Norte, o governo está trabalhando a possibilidade de aumentar a oferta de cirurgias. No início do ano, a unidade não fazia nenhum tipo de procedimento cirúrgico. O número de cirurgias feitas até novembro na unidade foi de 1.772.
Pagamento das cooperativas
Em relação às cooperativas, Wilson declarou que reuniu com as empresas e cooperativas para pactuar. O objetivo é fazer o depósito judicial de duas competências. O governo anunciou, como medida, a contratação direta dos servidores com expectativa para a próxima semana.
"Estamos reformulando toda a estrutura da saúde no Estado do Amazonas, principalmente a contratação de pessoal. Só para terem uma ideia, em 2019, pagamos 12 competências de salários para os médicos das empresas terceirizadas, o que não tenho conhecimento de ter acontecido em outros governos”, enfatizou Wilson.
O governador destacou, ainda, que para o melhor andamento da saúde no Estado é importante que as unidades de atendimento primário prestem atendimento à população de forma correta. Apontou que, cerca de 80% dos casos que chegam aos hospitais do Estado poderiam ser evitados se fossem atendidos nesse sistema, que, segundo informou, está deficitário.
"É importante ressaltar essa parte da atenção básica. A gente acaba recebendo esses casos e acaba sobrecarregando o Estado. Lá no Delphina Aziz, cerca de 80% dos casos poderiam ser atendidos pela atenção de saúde básica e primária. Nós não negamos atendimento. É natural que o Amazonas fique sobrecarregado. Estamos trabalhando para diminuir os números negativos da área da saúde", finalizou Wilson Lima.
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