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Projeto da portabilidade da conta de luz promete contas mais baratas no AM

Segundo Aneel, estado tem a maior tarifa na conta de energia, ultrapassando a média brasileira; Congresso Nacional estuda mudanças na lei que preveem mercado livre e liberdade de escolha para consumidor

16/12/2019 às 12h03
Por: Fernanda Souza Fonte: Acrítica
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Escolher de qual geradora comprar energia elétrica, mais competitividade no setor e, consequentemente, tarifas mais baratas na conta de luz são algumas das promessas do projeto de lei (PL1.917/2015), em tramitação na Câmara dos Deputados e voltou a ter destaque nos últimos meses. Mais conhecido como projeto da portabilidade da conta de luz, o PL quer fazer com o setor energético o que já é feito hoje no setor de telefonia: dar liberdade de escolha ao consumidor e ser, dessa forma, um peso a menos no bolso.  

Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), hoje o preço médio por quilowatt-hora do brasileiro é R$ 0,87. Em primeiro lugar, com uma das tarifas mais caras do País, está o estado do Amazonas, onde os consumidores pagam em torno de R$ 1,07 quilowatt-hora. A explicação, segundo a agência, é que a energia gerada pela hidrelétrica local (Balbina) é insuficiente para atender as demandas de Manaus. Com isso, o estado precisa comprar energia de outros fornecedores, encarecendo a tarifa no estado.

O presidente da Comissão de Minas e Energia da Casa, deputado federal Silas Câmara (REPUBLICANOS-AM), relata que a região Norte tem grandes dificuldades no setor de energia. A falta de opções nos estados faz com que o consumidor pague por uma energia que nem sempre está disponível. “O Norte sofre absurdamente com a falta de concorrência. A maior reclamação é a de que não temos opções”, afirma.  

Para ele, o projeto poderia ser uma forma de gerar mais competitividade no setor. “É óbvio que a portabilidade é positiva, principalmente para o consumidor. Afinal de contas, abre o mercado, abre possibilidades. Isso significa dizer que o consumidor vai poder resolver a vida dele por meio de uma opção que ele próprio faça.”  

Na opinião do deputado federal Marcelo Ramos (PL-AM), o setor elétrico passa por uma transformação que tem gerado mais competitividade. O problema, para ele, é que o sistema tarifário não tem acompanhado essa evolução.

“Quando você só tinha um fornecedor, você não tinha escolha. Agora que existem vários fornecedores e geradores de energia, o consumidor tem que ter o direito de poder fazer a escolha, até para que isso possa gerar competição de preço e baratear o custo para o cidadão”, defende Ramos.

Atualmente, o mercado livre de energia elétrica é restrito aos consumidores acima de 500 quilowatts, o que equivale a uma fatura mensal em um valor igual ou superior a R$ 80 mil.

Setor produtivo

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas (FAEA), Muni Lourenço Silva Júnior, conta que é comum a falta de energia no estado, especialmente na área rural. “Na nossa região, nós ainda enfrentamos falta de regularidade e qualidade na energia elétrica. Isso é um fator preocupante, porque sabemos que a energia elétrica é um insumo produtivo e importante também para a qualidade de vida das famílias rurais”, diz.

Segundo o representante, essa falta de regularidade inibe a instalação de empreendimentos no setor, o que poderia gerar emprego e renda. “Principalmente a instalação de agroindústrias, que são tão importantes para agregar valor à produção. Ninguém vai implantar uma agroindústria em um local em que você não tem uma garantia do insumo da energia elétrica oferecido com regularidade”, lamenta. Hoje, o estado conta com mais de 100 mil agroindústrias, com destaque para a farinha de mandioca.

Perda da produção

Muni relata ainda que chega ao conhecimento da federação que muitos agricultores perdem suas produções pela falta de energia elétrica. “Isso gera problemas de toda ordem, inclusive prejuízos financeiros em função da falta de energia elétrica para o armazenamento de produtos.”

Para Muni, iniciativas que possam dar uma garantia de energia elétrica, como o PL 1.917, são bem-vindas. “Isso vai contribuir para o desenvolvimento econômico e social da atividade rural, em especial”.

De acordo com dados do último Censo Agropecuário (2017), dos quase 81 mil estabelecimentos agropecuários amazonenses, 36,5 mil ainda não contavam com energia elétrica.

Tramitação

O PL 1917/2015, que tramita na Câmara dos Deputados, dispõe sobre a portabilidade da conta de luz, as concessões de geração e a comercialização de energia elétrica, além de alterar algumas leis. Na Casa, o PL, de autoria de vários parlamentares, quer, também, abrir o mercado de energia e aumentar a competitividade entre fornecedores, de forma gradativa.

A matéria é discutida em comissão especial, destinada especificamente para o tema. Por ter caráter conclusivo – ou seja, não precisa passar pelo Plenário da Casa, apenas pelas comissões designadas para análise –, caso seja aprovado na comissão, o PL vai direto para votação no Senado.

Os senadores também avaliam proposta de conteúdo semelhante. O PLS 232/2016, de autoria do senador Cássio Cunha Lima, dispõe sobre o modelo comercial do setor elétrico e as concessões de geração de energia elétrica. Além disso, a proposta estabelece que as concessões de geração de energia hidrelétrica deverão ser objeto de licitação, nas modalidades leilão ou concorrência, pelo prazo de até 30 anos, ressalvadas as destinadas à autoprodução e à produção independente com consumo próprio; e as concessões e autorizações de geração de energia hidrelétrica referentes a empreendimentos de potência igual ou inferior a 3 megawatts.

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