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‘Agora é só um corpo’, afirmou pai que confessou ter matado filho

Paulo Osório demonstrou frieza, referiu-se ao filho sempre como "menino" e disse que queria dar susto na mãe.

04/12/2019 às 13h38
Por: Jéssyca Seixas Fonte: Metrópoles
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Divulgação
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Ao desembarcar em Brasília escoltado por policiais, o agente de estação do Metrô-DF Paulo Roberto de Caldas Osório, 45 anos, deu detalhes de como matou o próprio filho Bernardo, de apenas 1 ano e 11 meses. Demonstrando raiva e frieza, relatou que deu medicamentos controlados para a criança e jogou o corpo às margens da BR-020, a cerca de 600km de Brasília. “Agora é só um corpo. Passei e não vi ninguém na rua, joguei no mato e saí”, confessou.

Segundo ele, a intenção era dar um “susto” na mãe da criança, com quem teve um relacionamento, segundo a PCDF, e na ex-sogra. “É uma pessoa que não tem emoção. Se refere ao filho sempre como o ‘menino’. Disse que, após dar o medicamento, o garoto ficou ‘molinho’ e, ao constatar a morte, jogou o corpo em uma região de mato alto próximo a rodovia”, detalhou o delegado-chefe da Divisão de Repressão a Sequestro (DRS), Leandro Ritt.

A polícia não tem dúvidas de que o crime foi planejado por vingança e acredita que a criança morreu na casa do pai, na 712 Sul. Paulo disse que deu três comprimidos de medicação controlada para a criança dissolvidos no suco de uva. A bebida foi dada ao filho após a saída da escola, na Asa Sul, na sexta-feira (29/11/2019). O objetivo era que Bernardo dormisse durante o trajeto até Minas Gerais. A criança, porém, teria passado mal, vomitado e, depois, morrido.

“Fizemos buscas na residência [na 712] e encontramos uma caixa de remédios (para dormir), copo de água infantil e muitos resquícios de vômito. O material foi encaminhado à perícia”, explicou o delegado, durante coletiva de imprensa nesta quarta-feira (04/12/2019).

Paulo sempre tinha o costume de pegar o filho na creche e depois devolvia, à noite, para a mãe, no Lago Sul. Na sexta, mudou os planos. “Ele afirmou que sempre teve vontade de pegar o filho e sumir, só não fez antes pois estava trabalhando e não tinha dinheiro. Atualmente, ele estava em licença psiquiátrica com afastamento de 60 dias do trabalho”, completou.

Buscas

A polícia ainda procura o corpo de Bernardo. Equipes de agentes e helicópteros da corporação fazem varredura na região apontada por Paulo Osório. Em depoimento, ele disse que era noite e chovia muito quando abandonou o corpo do filho, próximo a Roda Velho (BA). Além do cadáver, ele arremessou a cadeirinha que estava fixada em seu veículo.

Preso em um hotel em Alagoinhas, na Bahia, Paulo foi autuado por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Se condenado, pode pegar pena de 30 anos de reclusão. O homem foi trazido de avião da PCDF para o DF. Passou por audiência de custódia nesta quarta e o juiz o manteve preso preventivamente. “Não notei perturbação mental”, disse o magistrado Fellipe Figueiredo de Carvalho.

Para a polícia, Paulo não tem interesse na localização do corpo, pois indica que quer dar um “sofrimento permanente” à família do garoto. Além de Bernardo, ele tem outros dois filhos. No entanto, ao prestar depoimento à polícia, não lembrou os nomes. Disse que não mantém contato com eles.

Ainda de acordo com a versão dele, a intenção era ir para Minas visitar a mãe dos dois outros filhos. Porém, não soube afirmar o endereço e não levava bagagem. Foi preso apenas portando uma considerável quantia em dinheiro.

Sequestro

Após o sequestro de Bernardo, Paulo mandou mensagem para a mãe do menino fazendo ameaças. “Vocês nunca mais vão ver o Bernardo. Falei desde o início para você que [se] aprontasse na minha vida, sua mãe não ia te proteger. Nem você nem sua mãe servem de nada.”

Conforme o Metrópoles revelou, o homem também foi preso e internado na ala psiquiátrica da Papuda – onde ficou por 10 anos – suspeito de assassinar a própria mãe. O crime ocorreu em 12 de março de 1992, na 712 Sul. Na ocasião, Paulo tinha 18 anos e atacou Neuza assim que ela chegava de uma caminhada no Parque da Cidade.

Ele pensou se tratar de um ladrão e a matou a facadas, mesmo ela dizendo: “Filho, não faz isso. Eu sou sua mãe”. Logo depois, Paulinho, como era tratado na ocasião, usou uma corda para enforcar a vítima e colocou fogo no corpo de Neuza. Tentou apagar, mas já era tarde demais.

Depois, Paulo saiu de casa e quem encontrou o corpo de Neuza foi o marido da vítima, também chamado Paulo, que morreu em fevereiro deste ano de falência múltipla dos órgãos. O acusado pelo crime é funcionário concursado do Metrô e está afastado por problemas psicológicos. A Companhia do Metropolitano disse que não vai se manifestar, uma vez que os fatos não estão relacionados à empresa.

Segundo a polícia, a família de Tatiana da Silva, 30, mãe de Bernardo, não tinha conhecimento de que o homem matou a própria mãe. Ao Metrópoles, nesta quarta, ela resumiu o sentimento que consome seu peito. “É uma dor que faz o peito, a barriga e as costas doerem. Não passa. Só alivia quando eu choro. Não quero ver e nem falar com ele. Fez isso por causa de dinheiro, porque pedi pensão. É vingança”, destacou.

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