O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira (13), em Brasília, ao presidente chinês, Xi Jinping, que a China é "cada vez mais faz parte do futuro do Brasil", mostrando sinais de uma relação mais pragmática entre o país sul-americano e seu principal parceiro comercial.
"A China cada vez mais faz parte do futuro do Brasil", afirmou Bolsonaro após uma reunião com Xi à margem da cúpula anual das potências emergentes dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
"Mais do que ampliar, queremos diversificar nossas relações comerciais", acrescentou o anfitrião da cúpula, que inclui um fórum de negócios e do qual também participam o presidente russo, Vladimir Putin, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa.
Xi, cujo país está travando uma guerra comercial com os Estados Unidos, disse aos empresários que "o crescente protecionismo" prejudica a economia e o comércio global.
Relação mais pragmática com a China
O relacionamento de Bolsonaro com a China nem sempre foi tão harmonioso.
Durante a campanha à presidência, no ano passado, Bolsonaro acusou a China de querer "comprar o Brasil". Essa posição gerou pressões dos setores agrícola e de mineração, que precisam manter um bom relacionamento com o principal parceiro comercial do país. No mês passado, ele viajou para Pequim e se encontrou com Xi.
Sua aproximação de Pequim também envolve um esforço de equilíbrio diplomático, já que Bolsonaro é um admirador fervoroso do americano Donald Trump, com quem compartilha a rejeição do multilateralismo e das ideologias de esquerda.
Na noite desta quarta, diante de um grupo empresários, Bolsonaro disse que seu governo quer "expandir e facilitar o ambiente de negócios cada vez mais".
"As oportunidades são muitas, o Brasil nunca esteve no nível em que está hoje (...). O Brasil está no caminho certo", acrescentou.
Após a reunião bilateral com Xi Jinping, Bolsonaro também agradeceu seu apoio durante a crise diplomática desencadeada em agosto com os países europeus por conta da proliferação de incêndios na Amazônia.
"Foi um gesto de grandeza que nos fortaleceu muito", respondeu o presidente brasileiro, que tem sido fortemente questionado sobre o enfraquecimento das agências de controle ambiental e seu apoio à expansão das atividades de mineração e agricultura em áreas protegidas.
Mín. ° Máx. °