Na Bíblia, o Monte Horebe é onde o profeta Moisés tem um encontro com Deus. Bem longe desta representação religiosa, a invasão homônima, situada na Zona Norte de Manaus, tem causado grande preocupação para ambientalistas e órgãos de proteção ambiental. A maior delas é a derrubada de árvores centenárias nas proximidades da Reserva Florestal Adolpho Ducke e a proximidade da invasão das nascentes do Igarapé do Mindu.
O Ministério Público Federal (MPF) no Amazonas instaurou inquérito civil, em 30 de setembro, para apurar o dano ambiental à Reserva Florestal Adolpho Ducke decorrente da ocupação irregular Monte Horebe ou outras ocupações desordenadas no entorno da reserva florestal.
Foi determinada a expedição de ofícios à Secretaria de Administração e Gestão (Sead), à Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb) e ao Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). O MPF-AM deu o prazo de dez dias para que os órgãos se pronunciem.
Para a equipe de reportagem, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), que tem uma base de pesquisa na reserva Adolpho Ducke, informou que a invasão não é dentro da área protegida, mas, nas proximidades com a menor distância a 300 metros. O Inpa informou que monitora a situação para evitar danos diretos à reserva.
A Reserva Florestal Adolfo Ducke cobre 10 mil hectares de floresta tropical úmida na periferia de Manaus. É situada no divisor de águas de duas principais bacias de drenagem: um para o Rio Amazonas e o outro para o Rio Negro. Atualmente a reserva encontra-se ameaçada pela expansão urbana de Manaus.
Segundo o relato de experiência publicado pelo Inpa, com o objetivo de salvaguardar o acervo documental da Reserva Florestal Ducke, o local recebeu este nome em memória ao seu idealizador, o naturalista Adolfo Ducke (1876-1959), de origem austro-húngara.
Ele fez diversas expedições científicas pelo Brasil, estudando inúmeras espécies e gêneros novos de plantas. Em uma de suas expedições a Manaus, reconheceu a diversidade da floresta para estudos científicos e, por isso, recomendou que fosse criada neste local uma área de preservação permanente.
Em 1948, Ducke indicou a área para que fosse criada a reserva. Porém a área desprotegida foi degradada pela ação do extrativismo. Somente em 1957 foi escolhida pelo Inpa, sob orientação do naturalista, uma nova área.
A área para a criação desta reserva foi doada ao Inpa pelo Governo do Estado do Amazonas em 28 de novembro de 1962, pela Lei nº 41, publicada no Diário Oficial de 16 de fevereiro de 1963.
O Projeto de Parcelas Permanentes na Reserva Ducke, do Inpa, foi iniciado na região para permitir estudos integrados da biota, que podem servir como base para levantamentos da biodiversidade em outras áreas da região amazônica.
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