Após um hiato de seis anos, o Governo do Amazonas retomou a Exposição Agropecuária (Expoagro), que está em sua 41ª edição, desta vez na área da UniNilton Lins, no Parque das Laranjeiras, Zona Centro-Sul de Manaus. A proposta é gerar mais agronegócios do que entretenimento em quatro dias de feira, que começa desta quinta-feira (3) e segue até domingo (6).
Durante a cerimônia de abertura da Expoagro, o governador Wilson Lima anunciou que a feira ganhará um espaço permanente, no Km 2 da BR-174, a partir de 2020. O terreno de 30 mil hectares foi doado pela União através de uma assinatura simbólica foi feita hoje.
“A feira veio para ficar. O mais importante é devolver para a sociedade amazonense um parque definitivo. Estamos recebendo da União um terreno em que vai funciona a 42ª Expoagro em local próprio, com o investimento do Estado. E acima de tudo, será um parque de difusão de tecnologia permanente para melhorar a produção do Amazonas de forma sustentável”, enfatizou o secretário de Estado da Produção Rural, Petrucio Magalhães Júnior.
A partir da doação do terreno, o Governo do Estado dará início ao projeto básico do parque de exposições, dando entrada nas licenças ambientais e promovendo as licitações para o começo das obras. O espaço vai ganhar um auditório, salas de capacitação, locais para unidades demonstrativas, locais para provas equestres, uma casa do produtor rural e do agricultor familiar, casa do piscicultor e casa do pescador.
A feira funcionou durante 40 anos no parque de exposições da Torquato Tapajós, no Santa Etelvina, Zona Norte, mas foi interrompida em 2013. O evento tradicional no calendário de Manaus durava 10 dias. No espaço, funciona atualmente o Hospital e Pronto Socorro Delphina Aziz.
Assinaturas e convênios
Além do anúncio do novo parque, houve a assinatura de mais quatro convênios em parceria com as demais autoridades presentes. O primeiro foi o Pró-Genética, um termo de cooperação com a Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas (Faea) para melhoramento genético do rebanho do Amazonas; seguido pelo o decreto Pró- piscicultura, que institui o uso de equipamentos e máquinas agrícolas para desenvolver este segmento internamente; o decreto que cria o Conselho de Agroecologia e Produção de Orgânicos em parceria com várias entidades e instituições governamentais; e a chamada pública de incentivo à produção da farinha de mandioca para associação e cooperativas de produtores rurais no Amazonas.
“O pro-Genética que começou no Estado de Minas Gerais e melhorou o rebanho nacional, tornou o Brasil o maior exportador de carne de gado do mundo. Agora chegou ao Amazonas”, comemora o secretário da Sepror.
Incentivos
Durante os quatro dias, o governador Wilson Lima vai despachar seus atos no gabinete móvel instalado na 41ª. Expoagro. Segundo ele, um ato simbólico da importância da retomada de investimentos no setor primário.
“A minha presença é uma sinalização da importância que esse evento tem para o Governo do Estado”.
A estimativa do governo é que a feira movimente cerca de R$ 30 milhões em negócios e atraia um público de 350 mil visitantes. Serão cerca e 300 expositores que vão participar da Expoagro, entre agricultores, pecuaristas, pescadores, piscicultores, produtores rurais, comerciantes de alimentos e bebidas, ambulantes e empresas do setor.
Como parte deste momento, também destacou o lançamento do recente do Plano Safra 2019-2020, que prevê recursos de R$ 83 milhões em crédito para o agronegócio amazonense. “Nós temos programas de capacitação, acesso ao crédito, investimento em cadeias. Tem o pro mecanização, o pré-semente, o pró-mudas, tem incentivos para o juticultor e para a borracha. Ou seja, temos uma série de ações para ajudar o setor primário”, reforçou Lima.
Críticas ambientais
Em seu discurso, Wilson Lima defendeu a diversificação econômica através do setor primário e do extrativismo como alternativa de geração de renda para a população do interior. E aproveitou para fazer críticas o discurso de protecionismo ambiental pregado mundo afora que, segundo ele, limita a atividade produtiva e deixa os amazonenses reféns da pobreza.
“O estado do Amazonas tem metade da sua população vivendo na linha da pobreza. 49% vive assim. O município de Atalaia do Norte é o terceiro pior no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do País. E isso nós não admitimos mais num estado tão rico como o Amazonas. Biodiversidade, potencial para piscicultura, para pecuária, para mineração, vocação para o turismo nós temos. Quem está interessado em proteger a Amazônia, primeiro tem que proteger o nosso povo”.
Programação
Como entretenimento, os visitantes vão poder conferir durante os quatro dias shows cantores sertanejos, sempre de 19h às 21h, como Gabriel e Sidrone, Marcos Paulo, Márcio Cigano, João Victor & Rodrigo, Daniel Trindade, Jhon Veiga, Banda Cangas do Forró, Jyou Guerra, Kadu Almeida
Além das exposições de produtos e serviços, haverá praça de alimentação, palestras, oficinas de capacitação voltadas ao setor primário.
“Este ano é feira será ‘mais feira’ e menos festa. Obvio que a parte cultura é muito importante, com atrações musicais. Mas a gente quer que o produtor venha comprar equipamentos com isenção do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). Há 10 anos que não tínhamos isso. Na retomada, a gente está tendo esta oportunidade”, destacou o secretário da Sepror.
E finalizou o governador sobre a importância da feira: “O evento que resgata nossa autoestima, oportunidade de realizar negócios e expor o que essas pessoas têm feito, usando as nossas riquezas. O Governo do Estado tem esse papel de ser o indutor e dar visibilidade a tudo que o está sendo realizado no Amazonas no setor primário. Não há a menor dúvida que o setor começa um momento diferente, de otimismo”.
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