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Seguranças de Bolsonaro são 'uma mistura de Batman e Superman', diz general

Diante de atividades tão diversas e complexas, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno afirmou que a equipe é 'escolhida a dedo'

27/09/2019 às 09h44
Por: Fernanda Souza Fonte: Acrítica
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Estar disposto a cumprir jornadas de 24 horas, com alto nível de concentração; participar constantemente de treinamentos que envolvem lutas, natação, corrida, condicionamento físico, manuseio de armas, explosivos e agentes químicos; e até mesmo aulas de conduta, para saber como lidar com público e autoridades. E por fim, exercer também atividades administrativas. A folga só vem após três dias de trabalho.

Essa é a rotina dos profissionais diretamente ligados à segurança do presidente da República, Jair Bolsonaro.

Diante de atividades tão diversas e complexas, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, resume o perfil desse profissional como sendo "uma mistura de Batman, Superman e Mandrake”.

Ou, nas palavras do secretário de Segurança e Coordenação Presidencial, general Luiz Fernando Baganha, “um profissional com capacidade física, concentração, discernimento, arrojo na medida exata, autocontrole, determinação, conhecimento técnico profissional”. O general é um dos responsáveis pela seleção das equipes.

Ternos e trabucos

“Nosso trabalho vai além de ternos com trabucos. Temos de acompanhar os avanços tecnológicos, que acontecem quase diariamente. Para tanto, precisamos de infraestrutura compatível para buscar o aperfeiçoamento de nosso aparato de segurança”, explicou o general Heleno, momentos antes de a visita ser iniciada, com a apresentação de plataformas bem realistas de simulação individual e coletiva de direção, para os profissionais que atuam no comboio presidencial.

“Não abrimos mão da qualidade de nosso pessoal, que é escolhido a dedo. Eles têm de ter cara de jogador de pôquer [no sentido de não deixar sua estratégia ser percebida]. Aqui é lugar de pessoas com bom senso. Selecionamos as pessoas certas para os lugares certos”, acrescentou o ministro.

Seleção rigorosa

Segundo Heleno, a seleção é bastante rigorosa, até pela natureza da atividade. As indicações dos candidatos normalmente são feitas pelas chefias das forças auxiliares, entre elas polícias Federal, Rodoviária Federal e Civil, Corpo de Bombeiros, Agência Brasileira de Inteligência (Abin), além de agentes penitenciários e das próprias Forças Armadas.

A fim de divulgar como funciona o esquema da segurança presidencial, o GSI convidou um grupo de jornalistas para uma demonstração, hoje (26), no Setor Militar Urbano, em Brasília.

De acordo com o coordenador de Segurança Presidencial do GSI, major Loureiro, os candidatos indicados passam por cinco meses de treinamento até serem colocado para atuar na proteção do presidente, seu vice e seus familiares.

“Depois de passar por esse período de qualificação, ele passa a fazer cursos de manutenção de padrões. Caso não mantenha os padrões desejados, ele volta à etapa de qualificação para fazer readaptação”, explica o coordenador.

De acordo com o general Baganha, a atividade mais complicada ocorre quando o profissional está a serviço da autoridade, quando cumpre expediente de 24 horas seguidas, das 7h às 7h. “É uma jornada bastante cansativa e de execução complicada em função do alto grau de concentração ao longo de todas as 24 horas”, explicou o general. Nos demais dias, o expediente vai das 9h às 17h.

Segundo Heleno, a rotina é ainda mais cansativa durante as viagens presidenciais. “Quando o presidente tem, por exemplo, quatro viagens, há um esgotamento muito grande do nosso pessoal, porque precisamos de escalão avançado em cada lugar, mais o pessoal que o acompanha. Os trabalhos são extremamente exaustivos porque o sujeito passa a noite em um corredor, descansa apenas 3 ou 4 horas, e assume outra missão no dia seguinte”, disse o general.

Ele explica que, devido às quebras de protocolos comuns ao atual e a ex-presidentes, é necessário dar flexibilidade a tudo que é planejado com relação aos procedimentos. “Os presidentes são alvos e clientes de sua segurança”, disse.

Heleno já trabalhou na segurança dos ex-presidentes Fernando Collor e Itamar Franco, além do atual presidente. “É preciso entender que cada autoridade tem uma personalidade diferente e que tem de ser respeitada. É com ela que temos de lidar”, acrescentou.

O ministro disse ter ficado preocupado com a quebra de protocolo de Jair Bolsonaro durante as comemorações do 7 de setembro, em especial com o risco de algum objeto ser jogado do alto de uma plataforma que estava acima do presidente. “Não estava previsto que ele estivesse ali”, disse ao destacar que o comportamento imponderável das autoridades é sempre algo que aumenta os riscos.

Áreas

As ações de segurança presidencial são distribuídas em três áreas. A de segurança imediata é a que atua mais próxima ao presidente. Em seguida tem a área de segurança aproximada e, mais distante, a área de segurança afastada.

A capacidade de flexibilizar o que foi previamente planejado é fundamental para lidar também com outros fatores imponderáveis que podem ocorrer nessas três áreas.

“Outro dia estávamos nos deslocando de Guaratinguetá (SP), indo em direção à Academia Militar [das Agulhas Negras]. O presidente preferiu usar comboio motorizado. Ocorre que um dos batedores foi acidentado e tivemos de ficar um tempo parado na estrada. Essa é uma situação onde a ameaça, que não existia inicialmente, passou a existir devido à demora dele naquele local à noite”.

Diante da experiência que tem no planejamento das ações de segurança presidencial, Heleno diz que nunca há situações 100% seguras. “Isso não existe. O que a gente faz é tomar todas as precauções. Até porque se o autor [de um eventual atentado] estiver disposto a morrer, ele provavelmente cometerá o atentado”.

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