Um esquema criminoso suspeito de desviar R$ 3 milhões de uma Instituição de Ensino Superior, na Zona Centro Sul de Manaus, foi desarticulado pela polícia nesta sexta-feira (13). Segundo a polícia, funcionários manipulavam o sistema financeiro virtual da empresa para desviar valores pagos por alunos. Os valores eram usados em viagens, reformas de casas e na compra de produtos luxuosos. Três suspeitos foram identificados, mas devem responder pelo crime em liberdade.
De acordo com o delegado do 23º Distrito Integrado de Polícia (DIP), Henrique Brasil, o esquema foi percebido após o desenvolvedor de sistemas da Instituição ser demitido e o sucessor dele perceber alterações no sistema. A polícia foi informada sobre o caso e passou a investigar.
“Eles foram vítimas, pelo menos nos últimos quatro anos, de desvios de valores de dentro do próprio caixa. O desenvolvedor de sistemas alterou um algoritmo no programa que gerenciava a parte financeira da faculdade. Dessa forma, ele e mais uma operadora de caixa faziam o desvio”, disse Brasil.
O delegado adjunto do 23º DIP, Edgar Moura, explicou que, quando um aluno fazia um pagamento, a operadora de caixa guardava o valor e emitia uma nota fiscal para o aluno. Ela então avisava para o desenvolvedor de sistema o pagamento que desviariam, ele entrava no sistema e apagava o registro do pagamento.
O terceiro suspeito identificado pela polícia é um irmão do desenvolvedor de sistemas, que ajudava na lavagem do dinheiro após ter sido retirado da Instituição. Brasil comentou ainda que cerca de R$ 3 milhões da instituição foram desviados pelo esquema feito pelo grupo.
"Eles viajavam juntos, gastavam esse dinheiro de forma que chamou atenção. Eles demonstravam vida e patrimônios incompatíveis com o salário que recebiam. Durante a investigação, vimos que uma casa que, em 2014, era apenas uma casa de tijolo, hoje é uma casa luxuosa de 3 andares", disse Brasil.
Ainda conforme o delegado, oito mandados de busca e apreensão foram expedidos e cumpridos nesta sexta-feira (13), durante a operação "Algoritmo". Documentos, computadores, drones, smartphones, contratos de compra e venda de terrenos e casas, documentos fiscais, além de faturas de cartão de crédito e diversos comprovantes de depósitos, indicando a lavagem foram apreendidos.
"Essa operação foi feita no sentido de obter provas. Toda a investigação nos demonstrou que eles cometiam os crimes, mas precisávamos comprovar essa parte de vida luxuosa que viviam. Apreendemos esses diversos materiais como provas para serem apresentadas para a Justiça", comentou.
Com os três suspeitos identificados, o 23º DIP requereu a Justiça os mandados de prisão, quebra do sigilo bancário e fiscal, interceptação telefônica, mas apenas mandados de busca e apreensão foram deferidos. Eles devem responder pelo crime em liberdade.
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