Governadores dos nove estados da Amazônia Legal estão reunidos na Embaixada da Noruega em Brasília para buscar investimentos internacionais - principalmente do Fundo Amazônia, de R$ 288 milhões, rejeitado pelo governo federal - para combater as queimadas, o desmatamento da floresta e desenvolver projetos de sustentabilidade ambiental na reunião.
“É importante essa nossa reunião para reforçar o interesse que os governadores têm em recursos internacionais, que são fundamentais, sobretudo o Fundo Amazônia, para o desenvolvimento de alguns projetos de desenvolvimento sustentável, principalmente no Estado Amazonas”, adiantou o governador do Amazonas, Wilson Lima.
Antes de iniciar a reunião, chamada pelos membros do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal, que é formado pelos nove governadores, os embaixadores da Noruega, Alemanha e Reino Unido fizeram uma declaração à imprensa.
"Esse encontro é para a gente ouvir e entender o que está acontecendo na região amazônica; saber o que querem os governadores e quais soluções apresentam", declarou o embaixador da Noruega, Nils Gunneng. Questionado sobre os R$ 133 milhões do Fundo Amazônia, suspensos pelo governo norueguês por causa da postura negligente do Brasil em relação à crise ambiental na região, o embaixador disse apenas que "a Noruega quer trabalhar conjuntamente com todos os níveis de governo no Brasil".
Sem citar qualquer polêmica criada pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, o embaixador do Reino Unido, Vijay Ranganjan, disse que os três países têm dialogado com os governos federal, estaduais, municipais, ONGs e com a sociedade civil para entender a realidade da Amazônia.
"Os três países reunidos aqui com os governadores têm a mesma visão sobre crescimento sustentável, baixo carbono, proteção das florestas e do crescimento do livre comércio. Por isso, precisamos entender as realidades para uitlizar as ideias e propostas dos diferentes governos", disse Vijay Ranganjan.
O embaixador da Alemanha, Georg Witschel, destacou que a comunidade internacional não quer criar um "Museu da Floresta", mas uma economia sustentável, uma economia verde. "A nossa meta é lutar contra as mudanças climáticas", declarou o representante do governo alemão. O país de Witschel também suspendeu R$ 155 milhões do Fundo Amazônia pelo descuido e desdém do governo brasileiro diante das queimadas e aumento do desmatamento.
Amazônia é do Brasil
Os embaixadores da Alemanha, Noruega e do Reino Unido reagiram à pergunta da reportagem do jornal e do portal A Crítica sobre o compartilhamento da ideia da França sobre a internacionalizar a Amazônia, tornar a região e sua floresta um espaço de governança mundial.
"Não. A Amazônia é soberania do Brasil em sua totalidade. Mas, essa questão do meio ambiente tem importância mundial. O Reino Unido, como sede da COP 26 (Conferência do Clima das Nações Unidas), no próximo ano, vai tratar das metas, desafios e das questões ambientais de todos os países do mundo. Todos têm que jogar o seu papel, enfrentar os desafios do crescimento sustentável para todos os povos" do mundo", disse o embaixador Vijay Ranganjan.
Embaixada da França
Às 13h, os governadores do Amazonas, Acre, Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Roraima, Rondônia e Tocantins se reúnem com o embaixador da França, Michel Miraillet.
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