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Venezuelanos 'resistentes' decidem permanecer nas imediações da Rodoviária

‘Não vou sair daqui. Não sabemos se depois de irmos para o local temporário, vamos retornar para cá’, disse uma venezuelana.

28/08/2019 às 15h19
Por: Jéssyca Seixas Fonte: A Crítica
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Divulgação
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A remoção temporária para a Arena Poliesportiva Amadeu Teixeira, localizada no bairro Flores, Zona Centro-Sul, tem preocupado parte dos venezuelanos que preferiram não deixar as imediações da Rodoviária de Manaus, durante o trabalho de remoção realizado ontem e hoje pela equipe de militares das Forças Armadas.

A ação faz parte da “Operação Acolhida” em parceria com outros órgãos como o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiado (Acnur), Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc); Secretaria de Estado de Assistência Social (Seas); e Secretaria de Justiça e Cidadania do Amazonas (Sejusc).

Há três meses em Manaus, Gabriela Mendez, 26, foi uma das pessoas que resistiram em deixar sua barraca. Ela afirma ter sofrido repressão por parte dos militares. “Não vou sair daqui. Não sabemos se depois de irmos para o local temporário, vamos retornar para cá. Um dos militares que vieram aqui nos retirar afirmou que tínhamos que sair ou por bem ou por mal. Querem nos humilhar por que somos de outro país e estamos nessa situação”, conta.

“A única coisa que queremos é um trabalho. Todas as manhãs nossa rotina tem sido sair de manhã cedo e ir atrás de algum dinheiro”, acrescentou ela, que anteriormente vivia em Boa Vista, Roraima.

Dayana López, 28, está há quatro meses na capital e também relata como tem passado os últimos dias. “O que queremos é um trabalho digno, não queremos continuar morando na rodoviária, em barracas e nem em abrigos que eu acredito que sejam prisões. Queremos um trabalho para nos sustentarmos, alugarmos uma casa e viver normalmente”, destacou ela.

O objetivo da remoção e abrigo temporário é para que a área seja devidamente limpa e organizada com novas tendas, que irão servir como albergue para os venezuelanos. Após o trabalho, eles retornarão ao local. Os que aceitaram deixar seus locais realizaram um breve cadastro junto a Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiado (Acnur) para controle.

“Eu tive que aceitar isso, mas acho a remoção uma violação dos direitos humanos”, disse o venezuelano Gustavo Amundaray, 55, que veio sozinho e está em Manaus há três meses.

O procedimento de transferência deles para a Arena Amadeu Teixeira está sendo feito com ônibus do Exército e vans dos outros órgãos envolvidos.

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