A festa estava preparada: estádio cheio – com direito a recorde de público – com a torcida do Manaus cantando, a taça na entrada do campo e fogos para receber o representante amazonense na final da série D do Campeonato Brasilero. Até o sol resolveu aparecer após passar a manhã escondido entre nuvens na capital amazonense. Porém, quem fez a festa no final foram os visitantes, que assim como o Manaus em Brusque, no primeiro jogo, estiveram atrás no placar e buscaram um empate, acabando com os 100% do anfitrião.
Junior Pirambu abriu o placar logo no início do jogo, o Manaus empatou com Sávio e virou com Mateus Oliveira, mas o ‘Marreco’ não se entregou e empatou o jogo com Jefferson Renan no fim da partida. Com dois empates em 2 a 2 (agregado de 4 a 4), a decisão do título da Série D foi para as penalidades. Nas primeiras 10 cobranças, perfeição dos batedores, que converteram todas as batidas, mas na primeira rodada das ‘alternadas’, o chute de Márcio Passos passou por cima da meta e no duelo entre Zé Carlos e Jonathan, o arqueiro do Brusque levou a melhor. Converteu a cobrança, fazendo 6 a 5 e dando ao time catarinense o título da quarta divisão.
As frustrações e emoções da final se alternaram durante todo o tempo em que a bola rolou no gramado da Arena da Amazônia. Ainda sob a atmosfera de uma torcida que fazia a Arena pulsar com gritos, músicas e palmas, o Manaus viu o Brusque abrir o placar. Aos dois minutos, após cobrança de falta, a bola foi levantada na área, a defesa do Manaus dormiu e Júnior Pirambu, de calcanhar, empurrou a bola para o fundo das redes de Jonathan. O gol cedo assustou os que foram à Arena, mas não esmoreceu os ânimos.
Apoio da torcida
A torcida entendeu que precisava continuar apoiando e o fez. Cantou, empurrou o time, que continuou tocando bola e procurando o gol. A fórmula deu certo. Aos sete minutos, Igor virou o jogo para a esquerda e Derlan cabeceou para a área. Sávio aproveitou a chance e empurrou para deixar tudo igual. O Manaus quase vira com Diogo Dolem após bela jogada em velocidade do Manaus, porém, foi assinalado o impedimento e o gol foi anulado.
O Manaus continuava tentando dominar o jogo e experimentava chutes dentro e fora da área, mas sem criar muito perigo para a defesa do Brusque. A torcida continuava apoiando certa de que a virada era questão de tempo e ela estava certa: o Gavião ficou na frente do placar aos 14 minutos. Após cobrança de escanteio de Evair. Mateus Oliveira fez a Arena da Amazônia explodir com o segundo gol do Manaus e ver o sonho do título ficar mais perto.
A torcida empurrava, pedia mais gols. O Manaus, que contava com Vitinho em campo – que entrou no fim do primeiro tempo após Sávio sentir – tentava explorar a velocidade, mas o time não parecia se entender. Tomava decisões erradas, jogadas rápidas terminavam se perdendo com passes errados, ou que se perdiam no vazio por não ter quem acompanhasse a jogada.
Precisando vencer, o técnico Waguinho Dias colocou três atacantes e o Brusque voltou a incomodar. Primeiro foi Leilson que saiu em contra ataque, mas a zaga afastou, depois Pirambu tentou um chute de longe, a bola passou perto. Até que aos 37, quem voltou a sonhar foi o Brusque. A bola foi lançada na área, a zaga do Manaus não afastou o perigo e ela sobrou para Thiago Alagoano chutar firme para empatar. A torcida do Manaus começou a cantar ‘eu acredito’, mas o Manaus não conseguiu fazer o gol que daria o título no tempo normal. Nos pênaltis, nenhum dos dois goleiros – com fama de serem pegadores de pênaltis – defendeu os chutes que atentavam suas metas, mas o erro de Márcio Passos e a conversão final de Zé Carlos fez que a festa fosse verde, amarela, branca e vermelha em plena Arena da Amazônia.
Mín. ° Máx. °