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‘Estou com medo e arrependido’, diz youtuber que ameaçou Bolsonaro

Vinícius Guerreiro, o Vina Guerreiro, é alvo de inquérito da Polícia Federal por ordem do ministro Sergio Moro.

13/08/2019 às 12h40
Por: Jéssyca Seixas Fonte: Estadão
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Reprodução
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O youtuber Vinícius Guerreiro, o Vina Guerreiro, de 37 anos, disse que está arrependido de ter ameaçado Jair Bolsonaro. E com medo. Em entrevista ao Estadão, ele contou que fez o vídeo com ataques ao presidente, no dia 30 de julho, porque havia passado um dia tenso em que fez exaustivo trabalho em uma comunidade carente da zona Sul de São Paulo e, mais tarde, já em casa, ouviu “a piada que o presidente fez do desaparecimento do pai do Felipe Santa Cruz” – mandatário da OAB Nacional, cujo pai, Fernando, sumiu em fevereiro de 1974, no auge do regime de exceção.

Vina Guerreiro disse. “Não tem mais condição de aceitar um b… como Bolsonaro no poder. Ele tem que ser assassinado, ele e a família.” O vídeo foi anexado pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, à ordem que deu à Polícia Federal para abrir inquérito contra Vina Guerreiro, que poderá ser enquadrado na Lei de Segurança Nacional.

“Foi um acesso que eu tive, um arroubo, eu cometi muito exagero ali”, admite o youtuber. “Eu não tenho nenhuma vontade disso, nem essa ideia de assassinar o presidente. Aquilo foi um grito mesmo de ‘chega’. Eu não tenho vontade de fazer uma violência dessas.”

Nascido em São Carlos, interior paulista, pai de um menino de 12 anos, Vina Guerreiro disse que se deixou contaminar pela “intolerância raivosa”.

Ao se declarar arrependido da ameaça ao presidente, Vina Guerreiro ganhou um aliado de peso, o criminalista Antônio Cláudio Mariz de Oliveira.

Com 50 anos de advocacia, Mariz resolveu assumir o caso do youtuber. “Na medida em que ele disse ter se arrependido concordei em assumir o caso. Eu não iria defender quem quer assassinar alguém.”

O YouTuber explicou o motivou de ter feito ameaças ao presidente

”Eu andava muito indignado, ainda ando. Alguns problemas ocorreram na minha vida pessoal de duas semanas para cá. Naquele dia, 30 de julho, era uma terça feira, eu tinha acabado de fazer um trabalho de base numa comunidade, um trabalho voluntário, e ali eu vi muita pobreza. Foi na comunidade Anchieta no Grajaú, são favelas de madeirite, não tem quase alvenaria lá. Eu vi esgoto a céu aberto, as crianças, muita coisa ruim, muita coisa pesada mesmo de se ver. Eu passei lá desde o fim da manhã até quase a noite. Aí voltei para casa com fotos, registros do local. A gente ia fazer uma grande ação com pessoal que consegui organizar para ajudar a comunidade com cursos, uma série de coisas, edificação e também agricultura urbana, horta comunitária. Eu estava muito imbuído de fazer isso. Foi quando liguei o computador. Eu estava bem cansado, pensei, vou fazer o vídeo antes de dormir, aí eu vi alguns comentários e li a matéria sobre o Bolsonaro, o presidente falando em relação ao Santa Cruz, assim, fazendo piada da morte do pai dele, dizendo que explicaria o desaparecimento. Aquilo me deixou muito indignado. Eu já estava meio cansado, quando eu me deparei com a pobreza e ouvi essa fala do presidente, fiquei muito indignado. Todo dia é uma fala nesse sentido, o presidente ofendendo alguém, ofendendo a memória de alguém, ofendendo a história, eu realmente perdi a linha. Ali acabou prá mim. Foi um acesso, um arroubo, eu cometi muito exagero ali.”

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