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Flanelinhas intimidam condutores que estacionam no Centro de Manaus

Consumidores e lojistas relatam ameaças por parte de flanelinhas ao estacionar na região; trecho ainda não tem Zona Azul

13/08/2019 às 08h57
Por: Fernanda Souza Fonte: Acrítica
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Reprodução
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Consumidores e lojistas do Centro de Manaus relatam estar sofrendo ameaças por parte de flanelinhas ao estacionar na região. Caroline Marques Bastos, de 39 anos, que é funcionária pública e trabalha nas proximidades da Galeria dos Remédios, chegou a registrar um boletim de ocorrência (B.O) após ter o limpador do para-brisa de seu carro quebrado, no último dia 1º, quando negou aceitar pagamento mensal e diário para os guardadores de carro da área.

“Eles cobram para estacionar aqui, mesmo de quem trabalha aqui no Centro, e, como eu não concordo, eles passaram a me fazer ameaças, baterem no meu carro e tentarem me intimidar de todas as formas possíveis. Como passo o dia todo, eles acham que tenho o direito de pagar diariamente R$ 5, pois dizem que eu os coloquei no prejuízo por ficar muito tempo na vaga”, afirma Caroline.

Por medo das ameaças serem concretizadas, a funcionária pública chegou solicitar transferência no trabalho para atuar em outra região da cidade. “Eu tenho medo de eu chegar ao meu carro e o pneu estar seco ou furado e, quando eu trocar, chegar alguém e fazer alguma coisa comigo fisicamente, pois já cheguei a bater boca com eles por me contrariar a pagar. Tenho muito medo pelo fato de ser mulher e não ter a mesma força física que eles que são homens”, ressalta.

Na região da avenida Miranda Leão – que ainda não conta com os serviços do sistema de estacionamento Zona Azul – lojistas chegaram afirmar para a reportagem sobre a existência de pessoas que chegam a pagar antecipadamente uma mensalidade de R$ 60 para poderem estacionar na rua e não sofrerem represálias.

O motorista Dalton Chamma, que também é funcionário público, afirma que já chegou a ser inibido ao ponto de ter que retirar o carro do local estacionado por medo dos flanelinhas danificarem algo no veículo.

“Eles fazem ameaças se não pagarmos e nós que somos cidadãos, pagamos IPVA, não temos o direito de estacionar em qualquer lugar porque eles tomam conta da rua e se acham donos de todas as vagas”, disse. “Infelizmente têm alguns flanelinhas que não trabalham da maneira correta, que fazem uso dos recursos adquiridos pelos motoristas para usarem drogas ou se alcoolizarem”, acrescentou o condutor.

Denilson de Azevedo Lima, de 38 anos, que é flanelinha há 16 anos e atua na avenida Miranda Leão no Centro, afirma que depende da rua para sustentar os três filhos e mais a esposa. Ele diz ficar indignado pelo fato de uma parcela dos guardadores de carro sujarem a imagem de quem realmente precisa do trabalho.

“Aqui (av. Miranda Leão) não existe este tipo de abuso. Mas, infelizmente tem sim esse tipo de flanelinha que usa o dinheiro dos motoristas para beber, se drogarem e acabam manchando nossa categoria e quem realmente precisa trabalhar”, afirmou o flanelinha.

Questionado se existe algum preço estipulado para quem estaciona o dia inteiro, como é o caso dos comerciantes e para os consumidores, o flanelinha afirma não haver um valor fixo para as cobranças. “Recebemos o que o cliente nos dá. Agora, o que mais reclamamos é a falta de reconhecimento e respeito por quem trabalha aqui e passa o dia todo, pois é daqui que retiramos o nosso sustento”, acrescentou Denilson, que afirma já ter inclusive sofrido xingamentos racistas.

A Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP-AM) foi procurada para informar quantos boletins de ocorrência foram registrados sobre ameaças e algum tipo de retaliação sofrida por motoristas, mas não informou até o fechamento desta reportagem.

Prevenção: Flanelinha Legal

Em decorrência das constantes denúncias contra pessoas que se passam por flanelinhas, policiais militares da 24ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom) - que atuam nas proximidades da Manaus Moderna, no Centro - criaram o projeto “Flanelinha Legal”, em parceria com a Associação dos Guardadores e Lavadores Autônomos de Veículos do Amazonas (Aglavam). O projeto atua com base em informações dos próprios flanelinhas para reconhecer quem são as pessoas infiltradas da categoria.De acordo com o comandante do CPA-Sul, tenente-coronel Leandro Benevides, além de contar com informações da categoria, o projeto também atua com orientações e na entrega de materiais para trabalho que identifiquem os verdadeiros flanelinhas com a utilização de crachás e fardamentos.

“Tudo isso é para termos um controle maior em virtude de denúncias que vêm chegando por parte da própria população”, disse o comandante, que afirma que a capital conta com 985 flanelinhas registrados na Aglavam, dos quais 280 atuam na Zona Sul de Manaus.

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