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Família culpa médicos por morte de adolescente em Hospital João Lúcio

13/08/2016 às 12h44
Por: Portal Holofote Fonte: Portal G1\ AM
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Foto: Reprodução\ Internet
Foto: Reprodução\ Internet

Familiares do adolescente Lúcio Pena Figueira, de 14 anos, que teve uma cirurgia atrasada por uma briga entre dois médicos dentro do centro cirúrgico do Hospital e Pronto-Socorro João Lúcio, dizem se questionar sobre a conduta dos profissionais. Segundo eles, a interrupção do procedimento pode ter influências na morte. A indignação fez familiares procurarem a Defensoria Pública do Estado (DPE-AM) para buscar por direitos.
O jovem, de 14 anos, estava internado em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC). A briga ocorreu no dia 4 deste mês dentro da unidade hospitalar. Um neurologista, 39 anos, e um anestesista, de 69 anos, atendiam o adolescente quando houve a discussão.
Na ocasião, a família conta que o procedimento cirúrgico sofreu atraso de cerca de duas horas, o que pode ter agravado o estado de saúde do paciente, segundo o irmão do adolescente, Lucas Pena Figueira, 21 anos.
"Minha mãe ia me ligar assim que ele fosse para a cirurgia. Ela demorou e eu liguei para ela. Foi quando eu soube do que aconteceu. [Os médicos] estão lá para salvar vidas. Meu irmão entrou vivo e agora está morto. É difícil passar por essa situação, agora vamos esperar e ver no que dá", disse ao Portal G1.
De acordo com Lucas, o irmão já havia sido internado em outra unidade de saúde e diagnosticado com meningite. No local, ele recebeu alta após 15 dias. "Ele foi melhorando, melhorando e recebeu alta. Depois de três dias em casa ele começou a se sentir mal", acrescentou.

Lucas conta que o irmão descansava, deitado, quando reclamou de dores de cabeça para a mãe. "Ela disse para ele beber água. Quando ele abriu a geladeira, caiu e começou a ter convulsões no chão", relata.
Ele retornou ao hospital e foi internado, em estado grave, na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). O corpo do jovem foi velado na tarde desta sexta-feira (12), em uma igreja no bairro São Lázaro, na Zona Sul de Manaus.
Justiça
O defensor público Danilo Germano, que está cuidando do caso, falou ao Portal G1 nesta sexta-feira (12). Segundo ele, uma reunião será realizada junto a família para discutir os próximos procedimentos a serem adotados. "Segunda-feira (15) eles vão lá comigo para a gente dar um direcionamento para ver o que a família quer", contou.
Ele conta ainda que orientou a família a entrar com ação indenizatória. "Vai depender única e exclusivamente da vontade da família. Isso é muito preliminar ainda, pois primeiro eu preciso requisitar documentos do hospital, do próprio CRM, prontuário médico, para verificar eventual prejuízo para a saúde do menor. Mas eu creio que o prejuízo seja latente", informou.
Entenda o caso
Consta no boletim de ocorrência registrado no 9º Distrito Integrado de Polícia (DIP), na capital, que os dois médicos entraram em vias de fato devido uma discussão durante um procedimento cirúrgico. O neurologista tinha escoriações na boca, e o anestesista apresentava escoriações no braço esquerdo, mão direita e pescoço.
Funcionários, que não quiseram ser identificados, contaram ao Portal G1 que o anestesista chegou a dar um choque no braço do neurologista. Ao receber o choque, o neuro teria dado um golpe no colega, fazendo-o cair com o rosto no chão.
Conforme a Polícia Militar (PM), que foi acionada ao local, a briga teria iniciado "por conta de procedimento cirúrgico mal conduzido por um dos agressores". Ainda conforme a PM, eles assinaram um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e foram liberados.
Os médicos não foram encontrados pela reportagem para comentar o caso. O delegado Rafael Allemand, titular do 9º DIP, informou, por meio da assessoria da Polícia Civil, que o caso foi encaminhando para à Justiça
Sindicância
O Conselho Regional de Medicina do Amazonas (CRM-AM) abriu sindicância para apurar uma briga entre dois médicos. A Secretaria de Estado de Saúde (Susam) também apura a conduta dos médicos envolvidos no caso.
A Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM) passou a acompanhar a família do adolescente. Os pais foram informados que podem ingressar com ação indenizatória.
Leia a nota da Susam na íntegra
A direção do Pronto-Socorro da Criança da Zona Leste (Joãozinho) informa que apesar de todos os esforços empreendidos para a recuperação do paciente Lúcio Pena Figueira,14 anos, internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), ele veio à óbito nesta sexta-feira (12), às 6h30.
O adolescente deu entrada no pronto-socorro no dia 04 de agosto, vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), provavelmente decorrente de um quadro infeccioso do sistema nervoso central. Apresentando uma crise convulsiva, intubado, com pupilas dilatadas e sem reagir ao estímulo à dor, o paciente passou por uma cirurgia craniectomia descompressiva e drenagem de hematoma intraparenquimatoso, para diminuir a pressão intracraniana.
Apesar de todos os cuidados necessários adotados pela unidade, Lúcio Pena Figueira não resistiu e veio a óbito devido a edema cerebral, hemorragia intracraniana e crise convulsiva.
A direção do hospital ressalta que o incidente entre os médicos no centro cirúrgico, no dia 4 de agosto, não teve qualquer influência no estado do paciente que já apresentava um quadro gravíssimo de saúde, conforme o registro de prontuário. Ainda assim, a Secretaria Estadual de Saúde (Susam) abriu sindicância e está apurando o comportamento dos profissionais.

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