Sheila Maria Faustino Peres, esposa do narcotraficante João Pinto Carioca, o “João Branco, presa na quarta-feira (10) por agentes da Polícia Federal (PF), no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, continua sob custódia da polícia paulistana aguardando transferência para Manaus, mas a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) mantém sigilo da data por questão de segurança.
Segundo informações do secretário de Segurança do Amazonas, coronel Louismar Bonates, Sheila tentava embarcar com familiares para a cidade de Barcelona, na Espanha. A prisão temporária foi solicitada há cerca de 20 dias pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) e o mandando de prisão foi incluído na lista de procurados pela Interpol.
"Sheila recebeu voz de prisão por volta das 14h após os policiais federais identificarem um mandado de prisão temporária em aberto, expedido pela Justiça do Amazonas. O retorno dela para Manaus já sendo providenciado, porém, por questões de segurança, a data não pode ser divulgada", informou Bonates.
Conforme informações do serviço de inteligência da SSP-AM, Sheila estava sendo investigada por suposto envolvimento no racha entre os criadores da facção criminosa Família do Norte (FDN) – “João Branco” e José Roberto Fernandes Barbosa, o “Zé Roberto da Compensa”.
Massacre
Por conta do conflito entre os ex-aliados, um verdadeiro banho de sangue tomou conta das unidades prisionais do estado nos dias 26 e 27 de maio deste ano. Ao todo, 55 detentos foram mortos a golpes de estocada e agressão física.
A ordem para a matança de presos ligados ao "Zé Roberto da Compensa" partiu de “João Branco” e foi trazida para Manaus por Sheila, após ela visitar o companheiro no presídio de segurança máxima de Catanduvas, no Paraná.
Com o racha, a FDN passou a ser liderada por “Zé Roberto”, enquanto outra parte da facção criminosa, batizada de “FDN Pura” ou “Potência Máxima”, passou a ser administrada por “João Branco”. Várias mortes foram registradas na capital, inclusive foram deixados recados nos corpos das vítimas.
Sheila
Sheila é apontada pela cúpula da segurança pública por envolvimento em assassinatos na capital relacionado ao tráfico de drogas. Ela ficou conhecida no episódio da morte do delegado Oscar Cardoso da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), assassinado com mais de 20 tiros em 2014, no bairro São Francisco, na Zona Sul de Manaus.
Segundo levantamentos da Polícia Civil, "João Branco" encomendou a morte após descobrir que o delegado comandou o estupro de Sheila. "JB" foi preso em fevereiro de 2016, na fronteira entre Brasil e Venezuela, e condenado, em 2018, a 30 anos de prisão pela morte de Oscar Cardoso.
Os outros traficantes envolvidos na morte
Os réus Marcos Roberto Miranda da Silva, o “Marcos Pará”, e Diego Bruno de Souza Moldes foram condenados a 25 anos e 11 meses. O quarto réu, Messias Maia Sodré, foi condenado a 21 anos e quatro meses. Assim como João Branco, todos cumprirão suas penas em regime fechado e pelos crimes de homicídio qualificado e associação armada.
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