Após acordo, antena de monitoramento via satélite será instalada em Manaus
Um contrato de 40 anos entre a Embrapa e o Censipam garantiram a instalação da antena que irá facilitar o monitoramento territorial e ambiental do país

Para facilitar o monitoramento territorial e ambiental do país, uma antena multisatelital de observação da Terra será implantada na área da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A decisão veio após contrato entre o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam) e representantes da Embrapa, nesta quarta-feira (10).
O contrato, assinado como comodato, cede a área da Embrapa Amazônia Ocidental, em Manaus, durante 40 anos. No local, que possui 400 metros quadrados, o Censipam irá implantar a antena e outros equipamentos para rastreio e gravação de dados.
Com diâmetro de 7,3 metros, a antena foi adquirida com recursos do Fundo Amazônia e faz parte das ações do projeto Amazônia SAR. O projeto utiliza radar de abertura sintética (SAR) para gerar alertas de desmatamento para órgãos de fiscalização ambiental, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
“Por ser um local com pouca interferência eletromagnética, a área da Embrapa é o local mais adequado para a instalação da antena. Esta é uma etapa extremamente importante para a implantação do sistema SipamSAR”, afirmou o diretor-geral do Censipam, José Hugo Volkmer.
O Censipam também pretende estreitar o relacionamento com a Embrapa para financiamento de pesquisas para uso e ocupação do solo, monitoramento de áreas degradas e detecção de plantio de coca e maconha com uso de imagens de satélite com radar de abertura sintética (SAR).
“Por meio da Embrapa Territorial, nós desenvolvemos métodos de inteligência, gestão e monitoramento sobre uso e ocupação das terras pela agropecuária. Queremos colaborar com o Censipam nesse assunto que é estratégico para o País”, afirmou o presidente da Embrapa, Sebastião Barbosa.
Outra antena, com diâmetro de 11,3 m, está sendo instalada em área do 6º Grupo de Mísseis e Foguetes (6º GMF) do Exército Brasileiro, no Campo de Instrução de Formosa (CIF), em Goiás.
Sistema SipamSAR
O Censipam opera o Sistema Integrado de Alerta de Desmatamento por Radar Orbital (SipamSAR), que utiliza radar de abertura sintética (do inglês synthetic aperture radar: SAR) a bordo de satélites orbitais para realizar o monitoramento da Amazônia Legal. A tecnologia SAR é capaz de enxergar o terreno mesmo que ele esteja sob nuvens, seja dia ou noite. Desta forma, durante o período sob condições climáticas adversas na Amazônia, que duram cerca de oito meses, o radar consegue captar imagens do terreno e monitorar o desmatamento.
A partir das informações captadas pelo SipamSAR, o Censipam gera alertas de desmatamento de alta resolução (três metros), que são encaminhados para os órgãos de fiscalização ambiental, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Além do desmatamento, a tecnologia SAR pode ser utilizada para monitorar outras ações ilícitas, como garimpo ilegal e pistas de pouso clandestinas.
Segundo avaliação do Ibama, os alertas de desmatamento e degradação emitidos pelo SipamSAR têm mais de 90% de precisão. A tecnologia SAR se mostra extremamente eficaz, principalmente em comparação aos satélites óticos, que sofrem interferências de nuvens.
Com a instalação e operação de duas antenas multisatelitais, em Manaus (AM) e Formosa (GO), será possível receber informações diretamente de satélites (nacionais e internacionais) que utilizam tanto tecnologia SAR quanto ótica.
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