O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, cancelou sua ida à Câmara dos Deputados, que estava marcada para o próximo dia 26, sem propor nova data para o comparecimento. O Ministério da Justiça informou neste fim de semana que Moro tem agenda nos Estados Unidos entre 22 e 27 deste mês.
O convite dos deputados da Câmara Federal é para que o ministro explique - como fez no Senado semana passada - os vazamentos de mensagens trocadas entre ele e integrantes da força-tarefa da Lava Jato publicados pelo site The Intercept e que colocam em dúvida a imparcialidade do ex-juiz, enquanto integrante da força tarefa da Lava Jato.
Inicialmente os deputados propuseram uma convocação, que obriga o atual ministro a comparecer na Câmara Federal, mas após um pedido de acordo por parte de Moro, foi transformado em convite, como explicou o deputado federal Rogério Correia, neste sábado 22. O parlamentar deixou clara a estratégia do ministro: como convidado, ele poderia não comparecer, uma vez que estaria em viagem aos Estados Unidos na data combinada.
Agora a oposição quer novamente transformar o convite numa convocação, informou Correia. Após a informação do Ministério da Justiça de não comparecimento do ministro, a deputada federal e presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann (PR), confirmou a linha que será tomada na Casa. "Fugiu?! O q teme Moro? A convocação foi transformada em convite e ele tinha marcado sua ida. Agora voltará a ser convocação. Moro tem muitas explicações a dar ao Brasil", protestou a deputada federal e presidente do PT, Gleisi Hoffmann.
Senado
Na ultima semana, Moro compareceu a uma audiência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado para tratar do mesmo tema. Na ocasião, ele disse que não tem nada a esconder sobre as conversas e que não tem "nenhum apego" pelo cargo que ocupa no governo Jair Bolsonaro.
O ministro foi ao Senado para dar explicações sobre o conteúdo das mensagens. Ele negou "conluio" com o Ministério Público para atingir grupos políticos e disse que está absolutamente tranquilo sobre a "correção" das decisões que tomou como juiz.
No Senado, Moro levantou suspeita sobre o conteúdo das mensagens divulgadas pelo site The Intercept e sugeriu que o material entregue ao site foi obtido por meio de uma invasão de celulares de autoridades feita por um "grupo criminoso".
O ministro não ofereceu uma nova data para comparecer diante dos deputados na Câmara Federal.
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