Pouco depois de afirmar que as Forças Armadas entram em cena quando a diplomacia falha, em discurso durante cerimônia de formatura da nova turma de diplomatas do Instituto Rio Branco, o presidente Jair Bolsonaro declarou nesta sexta-feira a jornalistas que os diplomatas são responsáveis por evitar a guerra. Questionado se falava da atual crise política na Venezuela , o mandatário negou e disse estar mais procupado hoje com o futuro político da Argentina .
— Eles (diplomatas) que nos evitam entrar em guerra. Muito simples. Quando acaba a saliva, entra a pólvora. Não queremos isso. Temos que tentar a solução dos conflitos de forma pacífica, é isso — explicou Bolsonaro. — Se não tiver como, em um hipotético conflito, resolver na diplomacia, aí cada país decide se vai pelas últimas consequências ou não.
Ao ser indagado se este é o caso hoje na Venezuela, ele repetiu cinco vezes seguidas a palavra "não". E comentou que sua "maior preocupação é com a Argentina hoje em dia".
Durante o seu pronunciamento para a turma de formandos, Bolsonaro cumprimentou o chanceler Ernesto Araújo e disse que, juntos, vão mudar o destino do Brasil.
— Quando os senhores falham, entramos nós, das Forças Armadas. E, confesso, que torcemos, e muito, para não entrarmos em campo — declarou o presidente, que é capitão reformado do Exército.
Para o mandatário, o Brasil terá que ir "no limite do Itamaraty" com relação à Venezuela, onde o presidente autoproclamado Juan Guaidó promoveu uma tentativa frustrada na última terça-feira de derrubar o presidente Nicolás Maduro.
— A gente espera que essa fissura que está na base do Exército vá pra cima. Não tem outra maneira. Se você não enfraquecer o Exército da Venezuela, o Maduro não cai - comentou Bolsonaro ao ser questionado sobre a expectativa com relação ao país e à reunião do Grupo de Lima que será realizada nesta sexta.
O presidente brasileiro disse, ainda, que não pretende enviar ninguém para a Venezuela para conversar com Maduro, porque o que o Brasil quer "ele não vai ceder".
Mín. ° Máx. °