Um morador do Conjunto Tocantins, no bairro Chapada, zona Centro-Oeste, registrou via celular na última quinta-feira (25), o descarte de dezenas de baterias de aparelhos Iphone numa área próxima à ponte da avenida Theomário Pinto da Costa. O rapaz, que preferiu não se identificar, estava voltando da faculdade por voltas das 10 horas quando deparou com o material jogado no entorno do Igarapé dos Franceses, que passa sob a ponte.
A denúncia foi encaminhada por e-mail ao Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), mas o rapaz afirma que ainda não recebeu resposta do órgão. A suspeita é de que funcionários ou clientes de uma assistência técnica de celulares que funciona ali perto tenham feito o despejo irregular do lixo eletrônico.
A assessoria da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas) informou que as medidas a serem tomadas pelo órgão dependem de denúncia com a indicação do autor do delito. Se não houver autoria explícita, o denunciante pode encaminhar, junto com a informação, pistas do responsável pelo ato, caracterizado como crime ambiental por se tratar de descarte irregular em Área de Preservação Permanente (APP). A denúncia é sigilosa.
Já a remoção desse tipo de material é realizada pela Secretaria de Limpeza Pública (Semulsp), que possui o aparato adequado para este tipo de atividade, como materiais, vestimentas e equipamentos de proteção individual (EPIs).
Ranking
O Brasil aparece em sétimo lugar no ranking das nações que mais produzem lixo eletrônico no mundo, e primeiro na lista dos países latino-americanos, dado obtido por meio de estudo realizado pela Organização das Nações Unidas (ONU). Apenas 3% dos resíduos eletrônicos são coletados de maneira adequada em 1,5 tonelada do e-lixo produzido anualmente no país.
Em 2010, o governo federal instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010), que determina medidas para diminuir o volume de lixo produzido e estabelece etapas de recolhimento e destinação pós-consumo que atenda aos critérios ambientais. É uma tarefa cujo êxito depende da colaboração entre fabricantes, comerciantes, consumidores e órgãos públicos de limpeza.
Estudos apontam que o descarte incorreto de produtos eletrônicos pode causar a contaminação de plantas e animais por meio das substâncias encontradas na composição desses aparelhos - como chumbo, mercúrio, arsênio e cobre – e afetar seres humanos que tenham consumido produtos de origem animal ou vegetal contaminados. A exposição a metais pesados pode causar doenças cardiovasculares, hepáticas e do sistema nervoso. Por isso, a reciclagem de aparelhos eletrônicos deve ser feita por profissionais especializados. Em caso de dúvida, consulte o site do fabricante do produto para verificar se a empresa dispõe de um serviço de coleta e reciclagem adequado.
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