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'Nasci de novo', diz motociclista que teve pescoço e mão cortados por linha de pipa

O porteiro José Wilton da Silva, de 26 anos, passava de moto pela Avenida Brasil, por volta das 13h do último domingo, quando teve o pescoço e a mão cortados por uma linha de pipa

05/04/2019 às 16h14
Por: Jéssyca Seixas Fonte: Extra
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Reprodução
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Poucas horas antes de a menina Eloah, de 8 anos, dar entrada no Hospital municipal Albert Schweitzer, em Realengo, no último domingo, após ser ferida nas pernas, outra vítima de cortes provocados por linhas chilenas já havia chegado à unidade de saúde.. Uma enfermeira que trabalha no próprio Albert Schweitzer estava próximo ao motociclista no momento do acidente e o socorreu.

Após perder uma grande quantidade de sangue, o motociclista foi levado direto para o centro cirúrgico e operado às pressas. Ele levou 14 pontos no pescoço e três na mão direita. Recebeu alta na tarde desta quinta-feira, mas ainda terá que ficar 15 dias em casa para se recuperar.

— Eu nasci de novo. A linha atingiu a veia, saiu muito sangue. Quando cheguei já me botaram na maca e me levaram correndo para dentro. Estou vivo graças a esse anjo que apareceu — diz Wilton, que é morador de Campo Grande e estava a caminho do trabalho, no Flamengo, quando o incidente aconteceu.

Embora trabalhe no Albert Schweitzer, a enfermeira Ilzola Siqueira estava de folga quando socorreu Wilton. Ela só estava próximo do hospital naquele domingo porque havia decidido comprar um cachorro para a filha, em um canil da região.

— Estava de folga e fui na rua do hospital para comprar um cachorro para a minha filha de 2 anos em um canil que existe ali. O canil estava fechado, mas a minha filha quis esperar um pouco para ver se alguém aparecia. Foi o que me prendeu no local. Logo depois aconteceu o acidente. Foi horrível. É uma cena que vou lembrar por muito tempo — conta ela.

Nas redes sociais, a mulher de Wilton, Rafaela Nascimento, fez um relato emocionado sobre o caso e pediu que as pessoas se conscientizem sobre o perigo do uso de linhas chilenas. "Isso é um absurdo denunciem, porque essa linha tira a vida e destrói famílias, a partir do momento que você sabe que uma coisa pode matar e você assume o risco você tem que assumir as consequências, o difícil é descobrir quem tava soltando a pipa com essa maldita linha, mas podemos denunciar quem fabrica", escreveu ela.

Outros internautas comentaram que todo domingo acontece um festival de pipas em ruas próximas ao hospital, como Rua Curitiba e Rua Baitaca. "As ruas ficam lotadas, intransitáveis por causa desse festival de pipas. Agora, além de a gente andar pelas ruas com medo de assaltos e balas perdidas, temos que nos preocupar também com linhas de pipas. Realmente, é o fim", escreveu um internauta.

Depois do susto, o motociclista decidiu mudar o trajeto que costuma fazer todos os dias, evitando a Avenida Brasil ao menos no trecho de Realengo. Wilton explica que costuma usar em sua moto uma antena que desvia linhas de pipa, mas neste dia estava sem.

— Já tive quatro antenas e todas quebraram. Um dia desses eu fui comprar uma antena nova, mas a loja estava fechada — explica ele.

Eloah teve cortes nas duas pernas, quando passava com a mãe pela passarela 40 sobre da Avenida Brasil, voltando da casa do pai. A menina segue internada no Hospital Albert Schweitzer e seu estado clínico ainda é considerado grave.

Linhas na caçamba

Nesta quinta-feira, funcionários da Comlurb encontraram uma grande quantidade de linhas chilenas cortadas em uma caçamba de lixo próximo ao local onde Wilton e Eloah foram feridos. Em um vídeo, publicado pela página do Facebook Padre Miguel News, funcionários recolhem as linhas cortadas.

A linha chilena vem encerada com uma mistura letal de pedras e metais moídos. No estado do Rio de Janeiro, a venda é proibida por lei, promulgada no dia 13 de novembro de 2017, pelo ex-governador Luiz Fernando Pezão.

A lei "proíbe venda da substância constituída de vidro moído e cola (cerol) e seu uso; proíbe, ainda, a venda da linha encerada com quartzo moído, algodão e óxido de alumíbio, denominada 'linha chilena', ou de qualquer produto utilizado na prática de soltar pipa que possua elementos cortantes".

O descumprimento da lei acarreta multa, fechamento do estabelecimento e suspensão do registro de funcionamento.

Denúncias podem ser feitas para o Linha Verde, do Disque-Denúncia, através do número 0300 253 1177, ou para a Comissão de Defesa do Consumidor, da Câmara municipal, através do telefone 0800 285 2121.

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