"Fiquei toda ensopada de sangue. Parecia filme de terror". O relato desesperador é de Vanessa Oliveira de Sousa, mãe de Eloáh Oliveira de Macedo, de 8 anos, que foi ferida gravemente por linha chilena (feita com alumínio e quartzo) no último domingo, em Realengo, Zona Oeste do Rio. A menina ficou com as duas pernas cortadas e teve que ser operada com urgência e está internada no Hospital Albert Schweitzer, também em Realengo, onde está internada em estado grave na UTI.
"Ela está chorando, dizendo que quer morrer, que não sente as pernas. É muito triste ver minha filha assim", disse Vanessa, que teme pela vida da filha.
"As perninhas da milha filha ficaram em carne viva. Ela quase perdeu as pernas. Os médicos disseram que ela pode ter sequelas", contou Vanessa chorando muito. Ela disse que as duas estavam indo para casa, passando por uma passarela na Avenida Brasil, altura de Realengo, quando a menina foi atingida.
"Eloáh saiu correndo na minha frente eu disse para ela parar porque era perigoso, estávamos na Brasil e vinha muito carro. Ela, então voltou e, nessa hora, foi ferida pela linha. Eu escutei o grito dela e vi as pernas sangrando. Se não fosse ela, isso teria acontecido comigo porque ela já tinha passado pela linha e eu que passaria depois se ela não tivesse voltado", lembrou Vanessa, aos prantos.
Vanessa lembrou os momentos de desespero para socorrer a filha. "Eu gritava pedindo socorro e não aparecia ninguém. De repente, veio uma moça pegou minha bolsa e um rapaz, a minha filha. Parou um carro, que eu nem sei quem é, e a levou para o hospital. A sorte é que estávamos perto do hospital. Pensei que minha filha ia perder as pernas", disse a mãe de Eloáh.
Ainda não há informações sobre o estado de saúde da menina.
A linha chilena é usada para soltar pipa, no entanto, a venda do produto é proibida por lei, assim como o cerol (mistura de vidro moído e cola). A linha chilena corta 14 vezes mais que o cerol.
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