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Manaus terá atos contra e a favor do impeachment de Dilma hoje

17/04/2016 às 09h31 Atualizada em 17/04/2016 às 09h38
Por: Portal Holofote Fonte: D24AM
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Na última manifestação realizada em Manaus a favor do impeachment da presidente Dilma, 35 mil manifestantes se concentraram na Ponta Negra, segundo a Polícia Militar. (Foto: Eraldo Lopes)
Na última manifestação realizada em Manaus a favor do impeachment da presidente Dilma, 35 mil manifestantes se concentraram na Ponta Negra, segundo a Polícia Militar. (Foto: Eraldo Lopes)

Duas manifestações contra e pró-impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) estão marcadas para este domingo, em Manaus.
Na Praia da Ponta Negra, os apoiadores do afastamemento da presidente esperam reunir, às 16h, 15 mil pessoas para acompanhar em um telão a votação na Câmara dos Deputados. Os organizadores afirmam que montarão um painel com os nomes dos deputados que votaram contra o impeachment.
Às 12h deste domingo está previsto o início da manifestação contra o impeachment no Largo São Sebastião, em frente ao Teatro Amazonas, onde os organizadores também prometem acompanhar a votação em um telão, além de instalar um painel com os nomes dos deputados do Amazonas que votarem a favor do afastamento de Dilma Rousseff. A ideia é tachar de ‘golpista’ os parlamentares que votarem a favor do impeachment.
De acordo com a coordenadora do grupo Amazonas em Ação, Iza Oliveira, a organização da manifestação pró-impeachment acredita que o evento irá competir com o jogo previsto pelo Campeonato Carioca, entre Fluminense e Vasco, na Arena da Amazônia. Por isto, Iza acredita que o evento pode não repetir o número de manifestantes do mais recente ato em 13 de março, que reuniu 35 mil pessoas na Ponta Negra.
“Ainda assim, podemos ter surpresa e reunir muito mais do que as 15 mil pessoas previstas. Contaremos com três trios elétricos, sendo dois grandes e um menor”, afirmou a coordenadora.
No Largo São Sebastião, os manifestantes anti-impeachment pretendem reunir apresentações culturais de poetas e músicos antes da votação, explicou um dos organizadores,  secretário de organização da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Berenício Lima.
“Vamos acompanhar toda a votação, mesmo que entre pela madrugada. A ideia é priorizar as chamadas nominais voto a voto. Iremos reunir representantes de partidos políticos, sindicalistas e da sociedade civil. Durante toda a semana, fizemos panfletagem pela cidade e esperamos lotar o Largo São Sebastião com pessoas que defendem a democracia”, afirmou.
Análise
Cético em relação ao futuro do País, sendo o impeachment aprovado ou não, o professor de Economia da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Francisco Mourão afirma que o Brasil sofre por falta de lidenranças políticas.
“O que tenho visto é que a situação do impeachment ainda está indefinida. Para mim, o que mais importa é um político que seja estadista e o que tem acontecido é que não temos projetos de governo, apenas políticas públicas. Não temos um futuro planejado. Nós não temos um líder, em qualquer situação. Para mim, tanto faz sem a Dilma ou com a Dilma, não sei se será melhor ou pior”, disse.
Segundo o economista, a baixa do dólar ou aumento da bolsa de valores não podem ser parâmetros para saber se a economia está melhorando.
Segurança
Órgãos do Sistema de Segurança Pública (Polícias Civil e Militar, Detran-AM, Corpo de Bombeiros e SSP-AM), com apoio de órgãos federais e estaduais, realizam, hoje, a partir das 12h, a operação Gestão de Multidões 12, para acompanhar as manifestações. As ações serão coordenadas pelo Centro Integrado de Comando e Controle do Amazonas (CICC-AM) e serão acompanhadas pelas câmeras de segurança.
De acordo com o secretário de Segurança Pública do Amazonas, Sérgio Fontes, a operação conta, ainda, que o efetivo está planejado conforme a expectativa de público feita pelos órgãos. Também participam da operação: o Comando Militar da Amazônia (CMA), Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Instituto Municipal de Engenharia e Fiscalização de Trânsito (Manaustrans), Superintendência Municipal de Transportes Urbanos (SMTU), Conselho Tutelar, Vigilância Sanitária de Manaus e Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semmas). A Polícia Militar (PM) também atuará na segurança com a operação Manifestações 3.
A Secretaria de Estado de Segurança (SSP) orienta aos manifestantes que participem das manifestações de forma pacífica; ao perceber tumulto, deve-se afastar-se do local; procurar um policial mais próximo se perceber algo fora do normal, como a presença de vândalos ou suspeitos de crimes. As orientações incluem evitar levar objetos de valor, como celulares e bolsas; não apoiar depredação, dano, ou qualquer ato violento; e evitar levar crianças de colo ou menores de 10 anos.
Avaliação
O antropólogo e professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) Ademir Ramos  acompanhou a criação do PT do Amazonas, no início da década de 1980 e, atualmente, se manifesta favorável ao impeachment da presidente. Sobre a votação deste domingo, Ramos ressaltou a importância de se respeitar o resultado da votação. “Isto é importante de se discutir: se o bloco a favor do impeachment não conseguir levantar os 342 votos, terá que acatar a decisão que for tomada no plenário. Se o PT e seus aliados não conseguirem os 172 votos, também. Aí, cabe a  presidente da República e seus aliados um reordenamento, uma nova concertação do País. Agora, isto é possível sem credibilidade?”, questionou o antropólogo.
O poeta Dori Carvalho disse estar assustado com o cenário atual. “Vejo as forças conservadoras se unirem para combater a corrupção. Me assusta quando vejo centenas destes seres que viveram, vivem e viverão na corrupção. Eu acho estranho que meninos de 18 anos dizem que querem derrubar esta ‘ladra’ e vão colocar ladrões no lugar. Réus, quando a presidente Dilma não tem nenhum motivo para o impeachment. Eu acho um desrespeito à Constituição, quando vejo gente como (Eduardo) Cunha, (Michel) Temer, pedindo impeachment”, disse o poeta.
O escritor Tenório Telles encaminhou um texto à reportagem analisando o cenário político. “Hoje é um dia triste. Triste pela situação que vivemos no País. Triste pelo fim melancólico de uma história que exigiu de tantos cidadãos, que acreditaram num sonho, sacrifícios e até vidas... Fiz parte dessa história - e não me arrependo por isso - porque sei que nossas ações estão sujeitas a erros e fracassos. A crônica histórica ensina que homens e partidos fracassam, mas isso não invalida as ideias e as propostas de construção de um mundo melhor”, citou.
Em outro trecho, o escritor fala em superar a crise. “O fato é que o novo é sempre fruto de lutas da sociedade. Um país se constrói todo dia - por meio de muitos embates. Às vezes, ocorrem recuos, mas tudo segue sempre. Passaremos por este momento e saíremos mais fortalecidos. Sem messias e salvadores da pátria, precisamos assumir nossa história - construí-la cotidianamente”, finalizou.

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