— O governo da Venezuela declarou o embaixador alemão, Martin Kriener, "persona non grata" nesta quarta-feira, e deu 48 horas para que deixe o país após ele ter recebido o líder da oposição,Juan Guaidó no aeroporto na segunda-feira. Em janeiro, Guaidó se proclamou presidente interino com apoio do Parlamento.
Em comunicado, o governo diz que sua decisão se deve a "recorrentes atos de ingerência nos assuntos internos do país" pelo diplomata, que "em desacato compareceu ao aeroporto internacional de Maiquetía para testemunhar a chegada do deputado Juan Guaidó". No dia do desembarque, a embaixada alemã escreveu na sua conta do Twitter que esperava que o seu retorno fosse "um passo em direção a um processo político pacífico para superar a crise na Venezuela".
"A Venezuela considera inaceitável que um diplomata estrangeiro desempenhe, em seu território, um papel público de apoio a um líder político alinhado com a agenda conspiratória de setores extremistas da oposição venezuelana", disse o governo venezuelano em comunicado.
O líder opositor chegava de uma viagem a países latino-americanos, incluindo o Brasil, para pedir apoio na sua pressão contra Maduro. Ele cruzara na semana anterior a fronteira com a Colômbia, de onde articulou uma operação fracassada que tentava levar ajuda humanitária ao território venezuelano. Na volta, correu o risco de ser preso por não seguir a proibição judicial de não deixar seu país.
Outros representantes diplomáticos também estiveram no aeroporto para receber Guaidó, incluindo de França e Espanha. O Brasil não tem embaixador em Caracas desde o final de 2017, e enviou a encarregada de negócios interina, Moira Coelho.
Em resposta, a Alemanha disse nesta quarta-feira que estava consultando aliados antes de reagir à decisão venezuelana. "Estamos coordenando os próximos passos, incluindo com nossos parceiros em campo", disse em nota a Chancelaria alemã.
Também nesta quarta, Berlim disse que analisa o pedido do "governo interino" de Guaidó para que Otto Gebauer, um ex-capitão do Exército venezuelano, seja designado como seu representante na Alemanha, reporta o site Efecto Cocuyo.
A Alemanha é um dentre 50 países, incluindo o Brasil, que reconhecem Guaidó como chefe de Estado da Venezuela, em apoio aos seus planos de instalar um governo de transição para, em seguida, convocar eleições livres. Maduro denuncia uma tentativa de golpe contra seu governo com suposto apoio dos Estados Unidos.
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