Mães de crianças autistas se reuniram em uma manifestação na manhã desta segunda-feira (4), em frente à sede da Justiça Federal do Amazonas, no bairro Aleixo, na Zona Sul de Manaus. As mulheres reivindicam a reposição de remédio Risperidona, que evita violência de crianças autistas.
Ao jornal, a Secretaria de Estado de Saúde (Susam) informou que, nesta segunda-feira (4), destinará cerca de dez mil comprimidos do remédio para a policlínica Gilberto Mestrinho, que é referência para pacientes autistas. A solução, segundo a pasta, é emergencial, enquanto a Central de Medicamentos do Amazonas (Cema) recebe o estoque adquirido recentemente, com previsão de chegada em 15 dias.
De acordo com a administradora Núbia Ribeiro, existe uma ação que tramita na Justiça sobre a falta do remédio, que evita a violência e falta de sono em quem depende do medicamento.
"Houve um acordo na gestão passada, que o prazo seria até o dia 31 de dezembro para que esse medicamento estivesse em cada unidade de policlínica. No entanto, esse acordo não tem sido cumprido. O que está acontecendo é um 'conta-gota', em que estão colocando nas unidades dez mil comprimidos, e somente quando a gente aciona o Ministério Público. Dez mil comprimidos não suprem nem dez dias. Queremos que haja esse abastecimento para a população", disse.
Além dela, a auxiliar administrativa Adrina Martins, também mãe de autista, relatou que a falta de medicação para o filho ocasionou um momento de violência.
"Junto com o autismo, vêm outros problemas, como a agressividade e ansiedade. Isso faz com que eles surtem sem a medicação. Então é 'soco', cara sangrando, braço arranhado. Existem muitos autistas assim: surtando por falta da medicação" completou.
Ainda na manhã desta segunda-feira (4), durante o ato de manifestação, a assessoria do órgão relatou ao jornal que as manifestantes foram convidadas, junto aos filhos, para irem até o auditório da Justiça Federal para que pudesse acontecer uma conversa entre as mães e um responsável pelo órgão.
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